ARTE
DA ORNAMENTAÇÃO COM
EMBRECHADOS
E EMBUTIDOS
Detalhe do Chafariz do Hotel Luxor, bairro Antônio Dias, Ouro Preto, século XIX.
Fotografia: Luiz Cruz.
[...] Um aparelho de jantar – 92 peças.
Enorme. Pesado, lendário.
Pintado, estoriado, versejado,
de loiça azul-pombinho.
Encomenda de um senhor cônego
de Goiás
para o casamento de seu sobrinho e
afilhado
com uma filha de minha bisavó. [...]
Cora Coralina. Estória do Aparelho Azul-Pombinho.
Apesar
de toda diversidade de materiais rochosos que o Brasil possui, muita pedra foi
trazida de Portugal e da Itália para a construção, complementação das edificações
e em especial para a ornamentação. Ao longo de cerca de 250 anos se comprou
pedra de mármore Lioz, principalmente para as obras de acrescentamento e de
renovação do gosto; com cores esbranquiçadas ou coloridas, como o amarelo, o
preto e o encarnado. Boa parte destes materiais “foram transportados para o
Brasil, seja como lastro dos navios portugueses, seja como atendimento a
diversas encomendas por parte de particulares, ordens religiosas, etc.” (COSTA,
2009, p.72). Portadas e outras peças eram traçadas na colônia, enviadas para a execução
em Portugal, onde ocorreu forte influência italianizante nas artes e o amplo
emprego de materiais pétreos, inclusive com “os embutidos de mármore, surgem
deste modo por quase toda a parte do território Nacional.” (COUTINHO, 2018,
p.545). Valendo-se dessa técnica se ornamentou de uma simples soleira até
retábulos inteiros, com significativa imponência e inclusive profundidade. Esse
gosto e uso foram trazidos para o Brasil, conforme destacado por Robert Smith
(1979, p.26): “O melhor exemplo dessa tradição está sem dúvida na igreja da
Conceição da Praia, em Salvador, cuja reforma se iniciou em 1735-1736 e cuja
pedraria se importou diretamente da metrópole”. A grande maioria desse material
teve emprego nas edificações litorâneas, ou em regiões mais próximas do litoral.
Piso com
embutidos marmóreos da Igreja de Nossa Senhora da Conceição,
Salvador-BA.
Fotografia: Luiz Cruz.
No Rio
de Janeiro, no Largo de Santa Rita, encontra-se a igreja dedicada a essa
devoção (tombada pelo Iphan desde 1938, registrada nos livros Belas Artes e
Histórico), onde se observa um lavabo em material rochoso, primorosamente
entalhado e com o uso de embutidos; ou seja, com a inserção de fragmentos
rochosos com cores diferentes para o contraste e o embelezamento da peça. Nesse
lavabo se destacam a águia bicéfala, em tom cinza, com o preto a delinear, um
coração flamejante ao centro, em vermelho e as pilastras com figuras
antropomórficas e zoomórficas, com a predominância das cores: branca, preta,
amarela e vermelha.
Lavabo entalhado e com embutidos marmóreos. Igreja de Santa Rita de Cássia, Rio de Janeiro, século XVIII. Fotografia: Luiz Cruz.
Detalhes do lavabo
entalhado e com embutidos marmóreos. Igreja de Santa Rita de Cássia, Rio de
Janeiro, século XVIII. Fotografias: Luiz Cruz.
Ainda
no Rio de Janeiro, no Largo da Carioca, no Conjunto Arquitetônico do Convento
de Santo Antônio (tombado pelo Iphan desde 1938, registrado nos livros Belas
Artes e Histórico), a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
tem piso trabalhado artisticamente com embutidos marmóreos de significativa
beleza. Essa arte, mais a primorosa talha e as pinturas da arquitetura fingida
– ou quadratura, conformam uma das ornamentações mais primorosas do Brasil. A
visita a essa edificação precisa ser feita com vagar, para se apreciar tantos
detalhes.
Enquanto
no Convento de Santo Antônio, onde viveu o polímata Frei José Mariano da
Conceição Veloso (1742–1811), encontra-se uma
ornamentação de embrechados de louças, com a aplicação de peças de louça, assim
descrita pelo Frei Basílio Röwer
(2008, p.270):
Curiosas são as duas pias
na parede. Aí um frade executou com muita paciência grandes escudos, com receptáculos
d’água no centro, e tudo isso foi feito de objetos de louça pintada: xícaras,
pires, pratos, tampas, pedaços de azulejos e pequenas figuras. O remate em
volta é feito de ornatos de estuque.
Em
nota, o autor informou que “de acordo com uma fotografia antiga do acervo do
convento, a pia quebrada era a da parede do lado direito. E faltava a parte
feita de estuque. Não sabemos quando ela foi restaurada” (RÖWER, 2008, p. 332);
não informou sobre data da criação e possível autoria desse trabalho.
Detalhe de
embutidos marmóreos, capela-mor da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência, Largo da Carioca, Rio de Janeiro. Fotografia: Luiz Cruz.
Em
Minas Gerais essa ornamentação com elementos pétreos foi contida, pela
distância e a dificuldade em transportar os materiais – que além de elevar os
custos, havia o risco de se quebrar ao longo do percurso. Porém, em diversas
edificações mineiras, os embutidos pétreos foram aplicados, mas ao se valer da
pintura; ou seja, dos “embutidos fingidos”, aplicados em arco-cruzeiros,
pilastras e frontões retabulares. Um frontão ornamentado com esse recurso
pictórico pode ser observado na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, de
Antônio Dias, em Ouro Preto, igreja que acabou de passar por obra, já entregue
à comunidade ouropretana e se encontra lindamente restaurada.
Frontão do retábulo de Santa Bárbara, Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Antônio Dias, Ouro Preto, século XVIII. Pintura de embutidos pétreos fingidos. Fotografia: Luiz Cruz.
Trata-se
do frontão do retábulo lateral, dedicado à Santa Bárbara. A composição se
conforma por gramática do brutesco, com soluções fitomórficas, conchas, tecidos
e cartela central. Segue o padrão cromático dos embutidos pétreos tradicionais,
com a predominância do branco, preto, amarelo e vermelho. Na base do mesmo
retábulo, nas pilastras, aparecem figuras antropomórficas, com volutas e
guirlandas, com a mesma solução pictórica e os mesmos tons.
Em
Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei, Diamantina e outras cidades como
Salvador, Rio de Janeiro, Recife e Pirenópolis foram instalados os hospícios da
Terra Santa, que eram as edificações destinadas a abrigar os frades esmoleres
das Ordem Franciscana da Terra Santa. “Foi o único tipo de estabelecimento
conventual masculino autorizado a funcionar em Minas Gerais no período
colonial.” (ÁVILA et al., 1996, p.51). Os hospícios foram estudados mais
detidamente por Clarice Martins Villela, em sua tese de doutoramento, sob o
título: Hospícios da Terra Santa no Brasil, onde se definiu mais conceitualmente
essa instituição:
O hospício, portanto,
podia ser construção integrante do conjunto monástico, porém com certo grau de
isolamento, a fim de evitar interferência do movimento dos hóspedes na rotina
conventual, ou um edifício situado em território distante, porém integrado ao
conjunto de mosteiros sob o governo de religioso superior regional, e então
denominado Ministro Provincial. (VILLELA, 2019, p.227).
A
construção do Hospício da Terra Santa e da Capela de Nossa Senhora do Pilar, de
Sabará, ocorreu entre 1740 e 1762; no hospício subsiste um chafariz,
ornamentado com embrechados. Ou seja, com objetos aplicados na argamassa. Para
os embrechados se utilizavam cacos de louça, conchas, pedras e em certos
exemplares pratos e outros utensílios, conforme registrado sobre Sabará, pelo
historiador Affonso Ávila, na Barroco:
Ainda que bastante estragado, merece referência o chafariz do antigo jardim dos fundos do prédio. Tem estrutura de alvenaria de pedra e é revestido em sua parede com bossagem ou massa em desenhos. Possui no centro um nicho de cantaria e no coroamento traz pequeno frontão encimado por cruz de pedra. São interessantes as incrustrações de cacos de louça, pedrinhas e conchas, semelhantes às existentes no chafariz do Hospício da Terra Santa de Ouro Preto. (ÁVILA, 1976, p.50).
A
técnica de embrechamento associada à bossagem – trabalho de revestimento ou
ornamentação que ressai da superfície da construção (ÁVILA et al., 1996, p.41),
particularizam sobremaneira a decoração desse elemento arquitetônico, que tem
proteção individual pelo IPHAN, registrada no Livro Belas Artes, v. I, em 9 de
maio de 1950.
Chafariz do Hospício da Terra Santa, Sabará. Revista Barroco, N.8, 1976.
Fotografia: Maurício Andrés.
Acervo: Luiz Cruz.
Citado
por Affonso Ávila, o Chafariz do Hospício da Terra Santa de Ouro Preto não
figurou no livro Pontes e Chafarizes de Ouro Preto, de Feu de Carvalho,
publicado em 1934, que apresenta os exemplares arquitetônicos ouropretanos
descritos e com belas fotografias. O historiador Waldemar de Almeida Barbosa
destacou que esse chafariz foi projetado e executado pelo Mestre Aleijadinho,
construído nos fundos do monastério e com o emprego de esteatita (BARBOSA, 1984,
p.41), segundo informações de Geraldo Dutra de Morais, que assim o descreveu:
Um nicho maquineta,
encimado por uma cruz latina, remata a cornija triangular do frontispício. Os
muros laterais de arrimo, em pedra ensossa, erguem-se sobre os poais de
itacolomito aparelhado, acompanhando, em toda a extensão, as lajes do piso,
impermeabilizadas a betume e óleo de baleia. Magnífica coluna granítica, em
feitio de cálice monumental, encontra-se no centro o tanque a jorrar água nas
espirais. O majestoso conjunto compõe-se de pedestal quadrangular, fuste cônico
hexagonal e taça conchoidal, tudo em pedra-sabão. O chafariz interliga-se a um
reservatório d’água, que se destinava a alimentar o antigo serviço de
mineração.
A descrição, vazada em
termos técnicos, corresponde à verificação realizada há muitas décadas.
(RIBEIRO, 2012, p.6).
Morais afirmou que o Chafariz do Hospício da Terra Santa da antiga Vila Rica foi idealizado e executado por Antônio Francisco Lisboa (1737-1814) e teria sido construído em 1758, ou seja, quando o escultor e arquiteto estava na tenra idade de 21 anos.
Chafariz do Hospício da Terra Santa de Ouro Preto. Desenho de Jorge Maltieira.
Fonte: VILLELA, 2015, p.186.
Ainda
em Ouro Preto, destaca-se outro chafariz, ornamentado com embrechados. Trata-se
do existente no casarão situado à Rua Alfredo Baeta, 16, no bairro Antônio
Dias, atual Hotel Luxor, provavelmente do final do século XIX. Nesse imóvel
viveu o padre Inácio Xavier da Silva e posteriormente Augusto Barbosa da Silva,
professor da Escola de Minas (UFOP).
Salão do Hotel Luxor, com o Chafariz ao fundo, Antônio Dias, Ouro Preto. Fotografia: Luiz Cruz.
O
chafariz ocupa área bastante significativa do terreno. Na fachada encontra-se
um nicho e na parede ao fundo outro, ambos com estátuas:
Pouco se sabe sobre as
duas estatuetas que se encontram encravadas nas pedras de um muro do quintal do
hotel. Cada um dos dois nichos apresenta uma estatueta: uma é a escultura que
simboliza o outono e a outra apresenta dois anjinhos, feitos de um material não
identificado, mas que está um pouco desgastado pela ação do tempo. Os nichos
possuem paredes recobertas por materiais como conchas marítimas e cacos de
louça. (FRAZÃO, PAIVA, 2018, p.8).
No muro, além do nicho, há embrechados de conchas, pequeninas e maiores, que foram pintadas. O piso onde está o tanque do chafariz se encontra em nível mais baixo do terreno e por isso tem acesso através de três entradas, com escadas de três degraus. Sua fachada recebeu revestimento e pintura, atualmente em branco, amarelo e azul. O nicho foi todo ornamentado com embrechados de conchas que formam linhas, agrupadas com as maiores e as menores. Entre as conchas aparecem cacos de louça, a propiciar interação entre os materiais aplicados.
Chafariz do Hotel Luxor, Antônio
Dias, Ouro Preto. Fotografia: Luiz Cruz.
Pátio do Chafariz do Hotel Luxor, Antônio Dias, Ouro Preto. Fotografia: Luiz Cruz.
Nicho do Chafariz do Hotel Luxor, com a
estátua com a representação do Outono e a ornamentação embrechada. Fotografia:
Luiz Cruz.
No
teto do nicho foram embrechados os cacos de louça e pratos quase inteiros. As
louças devem ser de procedências diversas, mas predominam os fragmentos de
louça azul-pombinho e borrão – nos tons azuis fortes. Ao observar, percebe-se
que ocorreram perdas de peças, em especial de algumas maiores.
Detalhe do teto do nicho do Chafariz do
Hotel Luxor, Ouro Preto, com os
embrechados de conchas e cacos de louça.
Fotografia: Luiz Cruz.
Nicho do muro, atrás do Chafariz do Hotel Luxor, Ouro Preto, com estátua
de putti e embrechados de conchas e cacos de louça. Fotografia: Luiz Cruz.
O
outro nicho foi inserido no muro com as pedras aparentes. A ele se chega pela
escada, atrás da parede que ostenta o nicho maior e permite acesso ao platô mais
elevado do terreno. A estátua dos meninos ou putti, está sob pedestal e
com o fundo todo ornamentado em embrechados, valendo-se também das conchas e
dos cacos de louça. As conchas conformam linhas, delineamentos dos grupos de fragmentos
e um elemento central que sugere uma árvore, ou ramo. Mesmo ao constatar a
presença de cores e desenhos diferentes, ocorre a predominância de cacos de
louça azul-pombinho, que foi amplamente utilizada em Minas Gerais, no período
colonial.
Detalhes do nicho do muro, atrás do
Chafariz do Hotel Luxor, Ouro Preto, com estátua de putti e embrechados
de conchas e cacos de louça. Fotografia: Luiz Cruz.
Detalhe do nicho do muro, atrás do Chafariz do Hotel Luxor, Ouro Preto, com louça azul-pombinho. Fotografia: Luiz Cruz.
Detalhe do nicho do muro, atrás do Chafariz do Hotel Luxor, Ouro Preto, com embrechados de cacos de louça e conchas. Fotografia: Luiz Cruz.
O
Chafariz do Hotel Luxor deve ser do final do século XIX. É um exemplar
expressivo por sua conformação geral e principalmente pela ornamentação com os embrechados.
Esse elemento arquitetônico merecia proteção, pelo menos a nível municipal e um
belo projeto de restauração, para resgatar sua imponência e evitar as perdas de
seus fragmentos embrechados.
Em Salvador-BA, o IPHAN tombou a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem em 1938; posteriormente, em 1941, tombou o “Prédio do Hospício de Nossa Senhora da Boa Viagem”, ambos registrados no Livro Belas Artes, v. I, nas páginas 24 e 53. Em 1710, Dona Lourença Maria doou à Ordem dos Franciscanos, “um terreno na Porta do Monte Serrat, para que ali fossem construídos uma igreja e um abrigo para doentes”. A igreja e o hospício tiveram a construção iniciada em 1712 e a conclusão em 1746. A igreja da Boa Viagem é Matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, instituída em 1938. Ao adentrar à edificação, logo à direita, encontra-se a capela dedicada a Santo Antônio, que tem o seu interior ornamentado com embrechados de conchas e cacos de louça.
Ao centro da capela está a imagem do orago, sob pedestal todo revestido por cacos de louça e conchas, com a predominância do tom azul. As paredes receberam fundo também com cacos de louça e guirlandas estruturadas por conchas, com as pontas a terminar com flores, do mesmo material. O arco de abertura da capela recebeu fundo, com elementos fitomórficos em bossagem (relevo), tudo revestido com os mesmos materiais.
Ornamentação do arco da Capela de Santo Antônio, com embrechados de cacos de louça e conchas. Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, Salvador-BA. Fotografia: Luiz Cruz.
Detalhe da ornamentação do arco da Capela de Santo Antônio, com embrechados de cacos de louça e conchas. Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, Salvador-BA. Fotografia: Luiz Cruz.
A
ornamentação dessa capela com embrechamentos é expressiva. O sítio onde foi
implantada a igreja, com sua arquitetura, mais a talha, azulejaria, imaginária,
pinturas e os embrechados, contribuem para que a edificação figure dentre as
mais belas e elegantes do Brasil.
Em
Tiradentes, na Chácara do Pacu, na Rua Frei Veloso, 2, há um chafariz, do
século XIX, que pertencera a José Enor Amorim, conhecido na cidade apenas por
Dr. Enor. Em sua fachada frontal embrecharam pratos e cacos de louça. A água
que chega até ele, vem do sopé da Serra de São José, as nascentes têm proteção
da Mata Atlântica. Essa água abastece o chafariz e a piscina da propriedade.
Quando éramos crianças, muitos nadaram nessa piscina, geralmente escondidos das
mães, porque elas diziam que a água da serra era gelada e a meninada poderia
adoecer. Então, nadava-se escondido e caso chegasse em casa molhado, na certa
recebíamos boas chineladas. Muitos meninos de Tiradentes aprenderam a nadar
nessa piscina.
O
Chafariz da Chácara do Pacu tem solução arquitetônica privilegiada. Sua base é em
blocos areníticos aparelhados. É conformado por três patamares, ou fachadas
frontais sucessivas, com pináculos centrais, arremates em bossagem e relevos
que terminam em volutas. Da primeira fachada, a água jorra de uma carranca,
para dividir e cair de duas carrancas da segunda fachada e na terceira, de
única carranca a água cai no tanque. As pilastras, pano e arremate receberam
pratos e cacos de louça embrechados. Duas escadas em blocos rochosos dão acesso
ao ponto mais elevado do terreno. Mesmo não tendo grande porte, mas com essa
solução, o elemento ganhou imponência e se destaca no ambiente. Na área do
entorno havia calçamento poliédrico e mesas com base e tampo em material
pétreo.
Como o
Chafariz do Hotel Luxor, de Ouro Preto, o Chafariz da Chácara do Pacu também
não recebeu atenção das autoridades devidas e não tem proteção legal
individualmente.
Menino não identificado no Chafariz da Chácara do Pacu. Acervo: Patrícia Amorim
Fachada frontal do Chafariz da Chácara do Pacu. Fotografia: AA457, São João del-Rei, de 13/8/1960. Tiradentes – Fonte. Arquivo Permanente, Pasta 1143. Tiradentes - Chafariz. Superintendência do IPHAN-MG - Centro de Documentação e Informação.
Fachada frontal do Chafariz da Chácara do Pacu. Fotografia: AA459, Tiradentes, 13/8/1960. Fonte. Arquivo Permanente, Pasta 1143. Tiradentes - Chafariz. Superintendência do IPHAN-MG - Centro de Documentação e Informação.
Chafariz da
Chácara do Pacu, década de 1970. Fotografia: José Enor Amorim. Acervo: Patrícia Amorim.
Piscina e Chafariz da Chácara do Pacu, década de 1970. Fotografia: José Enor Amorim. Acervo: Patrícia Amorim.
Fachada frontal do Chafariz da Chácara do Pacu, Rua Frei Veloso, 2, Tiradentes. Autor: Gustavo Dias. Acervo: Escritório Técnico do IPHAN-Tiradentes.
Os chafarizes,
as fontes, os lavabos, as bicas de água foram edificados em inúmeras
localidades do Brasil. Os exemplares foram construídos com os mais diversos
materiais, desde os rochosos, como o majestoso Chafariz de São José, de
Tiradentes, aos edificados em alvenaria, os de ferro fundido, os revestidos de azulejaria,
os que associam escultura e azulejaria, os ornamentados com embrechados, os
modernos e os antigos, os nacionais e os importados – todos são encantadores.
Não há como esquecer do lavabo existente na sacristia da Capela da Ordem
Terceira de Nossa Senhora do Carmo, de Ouro Preto, uma verdadeira obra prima da
escultura em pedra sabão, com detalhes folheados a ouro e executado pelo Mestre
Aleijadinho. Todos esses elementos enriquecem o acervo arquitetônico, artístico
e cultural do Brasil, a eles associamos os usos diversos, as histórias, os
materiais e as técnicas construtivas, as lendas, aos cacos de memórias das
louças que se romperam em fragmentos, ou das conchas que rolaram por praias tão
distantes – tudo isso se constitui uma riqueza que compõe o nosso Patrimônio
Material e Imaterial.
Luiz
Antonio da Cruz
Agradecimentos: Carlos Magno Araújo, César Reis,
Luana Ferreira, Luiz Freire, Janaína Ayres, Maria Aparecida do
Nascimento, Maria Clara Caldas Soares Ferreira, Maria José Boaventura, Maria Lídia Montenegro,
Matheus Blach, Patrícia Amorim, Raimundo Nonato Saraiva Frazão e ao IPHAN –
Escritório Técnico de Tiradentes e Superintendência
de Minas Gerais-Centro de Documentação e Informação.
Referências:
ÁVILA,
Affonso. Igrejas e Capela de Sabará. Revista. Barroco, n. 8, 1976.
ÁVILA,
Affonso. GONTIJO, João Marcos Machado. MACHADO, Reinaldo Guedes. Barroco
Mineiro – Glossário de Arquitetura e Ornamentação. Belo Horizonte: Fundação
João Pinheiro, Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1996.
BARBOSA,
Waldemar de Almeida. O Aleijadinho de Vila Rica. Belo Horizonte: Ed.
Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1984.
CARVALHO,
Feu de. Pontes e Chafarizes de Villa Rica de Ouro Preto. Belo Horizonte:
Edições Históricas, 1934.
CORALINA,
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2006.
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Antônio Gilberto. Rochas e Histórias do Patrimônio Cultural do Brasil e de
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COUTINHO,
Maria João Pereira. Embutidos marmóreos do retábulo da Capela dos Lencastres
do Convento de São Pedro e Alcântara em Lisboa. Lisboa: Universidade
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Luiz Antonio da. BOAVENTURA, Maria José. Glossário do Patrimônio de
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Fontes
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(Pesquisa e redação de Júlio Roberto Katinsky). São Bernardo do Campo,
Mercedes-Benz do Brasil, 1991.
FRAZÃO,
Raimundo Nonato Saraiva. PAIVA, Bárbara Oliveira. O Casarão do Hotel Luxor –
230 anos de existência – suas histórias, suas lembranças. Ouro Preto: UFOP,
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Relação de bens tombados, registrados e
inventariados no Município de Ouro Preto, disponível em: http://sgm.ouropreto.mg.gov.br/arquivos/prestacao_contas/rela-o-de-bens-tombados-e-registrados-em-ouro-preto.pdf, consultado: em 11/3/2023.
Relação de bens tombados, registrados e
inventariados no Município de Tiradentes, disponível em: https://www.tiradentes.mg.gov.br/Especifico_Cliente/18557579000153/Arquivos///Tiradentes_Divulgacao__1_.pdf, consultado: em 11/3/2023.
RIBEIRO,
Rui. Aleijadinho: Escolaridade e primeira obra. isto é inconfidência
– Boletim Informativo do Museu da Inconfidência. Ano XIV, n. 32, 2012.
RÖWER,
Frei Basílio. OFM. O Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro – Sua
história, memórias, tradições. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2008.
SMITH,
Robert. Igrejas, casas e móveis – aspectos de arte colonial brasileira.
Rio de Janeiro: MEC, UFPE, IPHAN, 1979.
VILLELA,
Clarice Martins. Hospícios da Terra Santa no Brasil. Tese de doutorado
apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo. São Paulo, 2015, [mímeo].
Quanta beleza e cuidado estético!
ResponderExcluirMuito obrigado. Temos ornamentações espetaculares, tudo feito com muito cuidado e valendo-se das técnicas tradicionais. Abraço
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