SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO, COM FÉ E TRADIÇÃO Antigamente, tudo era muito respeitoso. Este sempre foi um dia especial, de reverência, de introspecção, de respeitabilidade. Não se varria a casa. As matriarcas não penteavam os cabelos. Não se ligava o rádio. Não podia trabalhar. Tinha que se manter o silêncio. Tudo era rompido só com o som das matracas, tocadas nos adros das igrejas. A benzedeira Dona Erci, na Sexta-Feira da Paixão. Fotografia: Luiz Cruz. Manjericão verde e flor de algodão, usados no preparo do xarope. Fotografias: Luiz Cruz. A meninada acordava com o dia ainda escuro e partia para as fazendas para buscar leite. Todo a produção leiteira era distribuída para quem chegasse à porteira da fazenda. E o leite rendia, para fazer panelada de arroz doce, cremoso, com folha de limão capeta e ao final salpicado com canela em pó. Doce de leite mole e de cortar. Ambrosia, o mais autêntico manjar dos deuses. Depois, era buscar ro...
A lição que vem de Oliveira [...] Lembranças, dos falecidos Almas penadas, orar, pedir paz. Parentes, amigos, desconhecidos, Quanta tristeza, saudades, o dia traz. Finda o dia, Silêncio, almas vivas, a soluçar Novos desígnios e alegria, Novo ano. Corpos novos a descansar. [...] Márcio Almeida, Ocopoema. Praça da Matriz de Nossa Senhora de Oliveira, 1880. Acervo: J. Lima. Disponível em: @oliveiraemfoco. Oliveira é uma das cidades desmembradas da antiga Vila de São José – a atual Tiradentes. Povoado de Nossa Senhora de Oliveira, depois Vila da Oliveira, a partir de 1840, acabou por se conformar em vasto território, com os seguintes distritos: Nossa Senhora do Carmo do Japão, Nossa Senhora do Carmo da Mata, Nossa Senhora da Glória do Passa Tempo, Nossa Senhora da Aparecida do Cláudio, Nossa Senhora do Bom Sucesso, Santana do Jacaré, Santo Antônio do Amparo, Perdões, Cana Verde, São Francisco de Oliveira, e São João B...