Casa
de câmara, cadeia, pelourinho:
poder,
vigilância e punição
[...]
Pretende, Doroteu, o nosso chefe
Erguer uma cadeia majestosa,
Que possa escurecer a velha fama
Da torre de Babel e mais dos grandes,
Custosos edifícios que fizeram,
Para sepulcros seus, os reis do Egito.
Talvez, prezado amigo, que imagine
Que neste monumento se conserve
Eterna, a sua glória, bem que os povos
Ingratos não consagrem ricos bustos
Nem montadas estátuas ao seu nome. [...]
Tomás
Antônio Gonzaga, Cartas Chilenas.
Detalhe do Pelourinho, Mariana-MG. Fotografia:
Luiz Cruz, 2023.
Os sertões dos Cataguases se tornaram bastante conhecidos dos paulistas, que adentravam as matas para a captura de indígenas a serem escravizados. Inicialmente, as pesquisas minerárias ficaram em segundo plano. Após os primeiros achados de ouro a notícia circulou rapidamente, atraiu muitos baianos, pernambucanos e até reinóis para o território ocupado por distintas nações indígenas e, até então, ignorado pela Coroa Portuguesa. Acabaram por formar dois grandes grupos bem distintos: os pioneiros paulistas e os outros, designados de “emboabas”. Na disputa das áreas auríferas, pelo controle do comércio e a ausência de autoridade, acabaram por se rivalizarem. Entre os anos de 1708 e 1709, ocorreu o episódio conhecido como Guerra dos Emboabas, com fatos entre algumas localidades, principalmente a partir de Caeté, Pitangui, Sabará e Vila Rica e a culminar na região do Rio das Mortes. Tema estudado por Diogo de Vasconcellos em História Antiga das Minas Geraes, em obra publicada em 1904 e retomado pela professora e pesquisadora Adriana Romeiro, com o livro Paulistas e emboabas no coração das Minas: ideias, práticas e imaginário político no século XVIII, editado em 2008. Ou seja, mais de um século após a edição de Vasconcellos o tema ainda suscita interesse e novos olhares.
O
impacto gerado pela Guerra dos Emboabas despertou o interesse da Coroa para o
território das minas e a necessidade de se organizar, assegurar a arrecadação
de impostos e evitar o contrabando do metal precioso – o ouro, então facilmente
encontrado nos leitos e barrancos dos ribeiros e rios. Coube ao governador das
capitanias reunidas do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas do Ouro, Antônio de
Albuquerque Coelho de Carvalho (1655-1725) – já experiente em assuntos
coloniais como governador do Grão-Pará (1685), do Maranhão (1690-1701) e neste
posto impedir a tentativa de invasão francesa de Caiena, nos domínios de sua
jurisdição, controlar essa vasta área da colônia. Logo, ao iniciar a
administração do território das minas, para tal instituiu a Vila do Ribeirão de
Nossa Senhora do Carmo, em 8 de abril de 1711. No mesmo ano criou mais duas: Vila Rica, a 8 de julho e Vila Real de Nossa
Senhora da Conceição do Sabará, a 17 de julho.
Há que
se destacar que no ano de 1711 sucederam fatos que incomodaram a Coroa
Portuguesa, que vinha de período abalado pela queda do comércio do açúcar e
suas finanças se encontravam bastante impactadas. Ocorreu no Rio Janeiro a
invasão de René Duguay-Trouin, sob os auspícios da Coroa francesa. E para
aumentar o pânico da metrópole, nesse mesmo ano foi editado o livro de André
João Antonil: Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, com
a descrição dos caminhos que partiam de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia rumo
às Minas do Ouro, a destacar:
Os principais locais de
pouso, as estalagens, os ranchos, as vendas, as roças, bem como os principais
rios e ribeiros, as serras e os precipícios – indicações que poderiam servir de
guia para qualquer um que tivesse interesse em penetrar o vasto sertão das
Gerais. O Conselho Ultramarino, então, pressionou para que o livro fosse
proibido, o que de fato ocorreu em 17 de março de 1711. (SILVA, 2008, p.63).
De
certa forma, o propósito do Conselho Ultramarino funcionou e a obra de Antonil
foi recolhida, mas conseguiram a salvaguarda de poucos exemplares. O livro
tratava, na maior parte, da produção de açúcar, do tabaco e da criação de gado,
mas com as indicações das maneiras de se chegar às minas de ouro; dessa forma, aumentaram
os receios da invasão estrangeira e era necessário melhor ocupar o amplo
território com instrumentos administrativos:
Capitanias, comarcas,
termos, vilas, distritos, freguesias e paróquias eram fragmentos de um todo,
unidades político-religiosas, que deveriam harmonizar-se na unidade do corpo da
monarquia; e, para isso, o polo político monárquico deveria fazer chegar a justiça
àquela população, garantir os direitos, privilégios e distribuir mercês.
(SILVA, 2008, p.43).
Todo
este aparato, mais as autoridades constituídas e com o “poder” concedido pela
Cora Portuguesa, teria as condições para a operação da empresa colonial no
Brasil e em especial nas Minas do Ouro. A partir dos preceitos administrativos
da metrópole, ao se promover um arraial à categoria de vila, o lugar precisava
tomar duas providências imediatas, instalar o “pelourinho” e construir a “casa
de câmara e cadeia”. Segundo Salomão de Vasconcellos (1938), a iniciativa da
primeira vila das Minas Gerais “foi a construção do pelourinho!”, que era “de
madeira e o mais tosco possível”. Geralmente se instalava o pelouro em frente à
edificação destinada à casa de câmara e cadeia provisória, até se construir a
definitiva. Estes equipamentos eram elementares para que a vila pudesse operar
e a localidade se firmar como tal, com o reconhecimento régio. Portanto, “o
pelourinho era um marco civil fundante das vilas.” (CONDURU, 2021, p.146).
Não há dúvida que
instalar um pelourinho provisório seria a primeira providência a ser executada
pela vila recém-criada. Uma peça de madeira tosca poderia representar tal promoção,
posteriormente passaria por substituição. Dentre outras providências estava a eleição
dos vereadores e demais cargos, a definição do local onde se construiria a casa
de câmara e cadeia, em área de destaque do lugar, ainda a delimitação e o
reconhecimento do território da vila. Essa promoção visava além de sua emancipação
administrativa e construção, contemplava também os “arraiais” e “lugares” de
seu termo, como “corrigir”, “reedificar”, “reformar” e “alinhar” – acomodar. “A
acomodação é uma conveniência, é também uma adequação que se pode identificar
interna e externamente, como o decoro”. (BASTOS, 2014, p.45).
Em Portugal subsistem
diversos pelourinhos, mas tantos outros foram depredados ou desapareceram.
Muitos deles foram construídos em alvenaria, como o de Palmela, que é
reconhecido como patrimônio nacional desde 16 de junho de 1910.
Pelourinho de Palmela, Portugal, datado de 1645. Fotografia: Acervo Câmara de Palmela, Portugal.
No Brasil colônia, a
cada arraial elevado à vila se instalou um pelourinho – de madeira, de cantaria
ou de alvenaria, com “os emblemas de uma espada ou cutelo, alusões à justiça
que emanava do rei”. (ANDRADE, 2022, p.7).
Pelouro, pelourinho ou
padrão transcendia o símbolo real, conforme o Dicionário da Língua
Portuguesa:
PELLOURINHO, f. m. Columna de pedra, picotada
posta em alguma praça de villa, ou Cidade, a que se ata pela cintura o prezo,
que se expõem a vergonha, ou he açoitado; tem argolas onde se pode enforcar, e
dar tratos de polé; ponta de ferro de por as cabeças; nelle se affixão editos §
Dim. de pellouro. (BLUTEAU, 1789, Tomo segundo, p.80).
O Dicionário da terra e da gente de Minas
também o definiu:
PELOURINHO – Era uma coluna, geralmente de pedra, colocada
na praça principal de uma localidade, como sinal de que naquela povoação, havia
autoridade. Era o pelourinho o símbolo que indicava a elevação de um povoado à
categoria de vila sede municipal. E no mesmo dia da colocação do pelourinho,
realizavam-se as eleições para os cargos de Juiz Ordinário, vereadores,
procurador e escrivão da Câmara Municipal. [...] No pelourinho eram amarrados
os condenados a chicotadas. [...] Nem todas as vilas tinham cadeia e, quando
havia, nem sempre ela oferecia segurança. Por isso, geralmente a pena era
chicotada. [...] (BARBOSA, 1985, p.148-151).
Portanto, pelourinho era
o marco fundador das vilas, símbolo de poder real, mas também o local das
punições aos escravizados. Após a proibição de castigos violentos e públicos,
além do fato de em 1888, haver a abolição, os pelourinhos acabaram depredados. Há,
ainda, um fato que pode ter contribuído para o desaparecimento dos pelourinhos,
a “Revolta de Carrancas”, culminada a 13 de maio de 1833. Esta revolta
escravista impactou sobremaneira a região do Rio das Mortes e as Minas em
geral. O português João Francisco Junqueira, natural de São Simão da Junqueira,
ao norte de Portugal, aqui chegou em 1750. Em São João del-Rei, casou-se com
Elena Maria do Espírito Santo, filha da ilhoa Antônia da Graça. Ele recebeu
sesmarias em Carrancas, em 1752, e se tornou próspero fazendeiro, com centenas
de escravizados a produzir em suas propriedades. Naquele dia 13 os escravizados
atacaram e mataram os descendentes dos Junqueira. Como resultado dessa revolta
escravista:
Os escravos rebeldes de Carrancas foram
exemplarmente punidos, sendo que 16 deles foram condenados à pena de morte por
enforcamento e executados em praça pública, em dias alternados com cortejo da
Irmandade de Misericórdia, na vila de São João del-Rei, na antiga rua da Forca.
(ANDRADE, 2008, p.11).
A documentação referente
aos escravizados revoltosos de Carrancas contra os descentes de Antônio
Francisco Junqueira, encontra-se no Arquivo Municipal de São João del-Rei:
Processo-crime de Insurreição (1833) e os seus libelos – Caixa PC 29-01.
Quando um monumento
perde sua função e representação, acaba na obsolescência, neste caso há que se
considerar que a ele se vinculava o sofrimento dos escravizados, ali humilhados
e espancados. No Brasil, raros pelourinhos subsistiram, como o de Alcântara-MA
e os de Minas Gerais: Mariana, Caeté e São João del-Rei.
Pelourinho de Alcântara-MA. Fotografia de Marcel Gautherot. Acervo ACIPHAN, Rio de Janeiro.
O primeiro
pelourinho instalado em Minas, o de Mariana, teve versões distintas e esteve
instalado no Largo da Matriz (antigo terreiro da capelinha da Conceição, hoje
Catedral da Sé.) (DELAMOR, GUALANDE, 2018).
Em
1745 Mariana foi elevada à categoria de cidade e se criou o primeiro bispado de
Minas. Por essa ocasião, a Câmara decidiu construir novo pelourinho, conforme o
“termo de arrematação”:
Será feito no meio do
largo que será destinado para praça. As escadas da melhor pedra que deve ser bem
lavrada e polida, assentada sobre alicerce de pedra que deve ser lavrada e
polida, assentada sobre alicerce de pedra e cal em que se funde toda a obra. A
base será de qualidade da pedra das que se fizeram o adro da Senhora Santana e
a coluna de pedra branca lisa muito bem polida, sem mancha falsa ou outro algum
defeito. O capitel, da mesma qualidade da base ou pedestal. Há de ter dois
escudos: um no lugar que mostra o risco e outro da outra banda com as armas da
cidade. A Pedra da fachada será diferente na qualidade e cor, podendo-se
cercar, aliás será como a da base e capitel embutido na coluna. Os dois braços
de chumbo, vazados por dentro. A esfera de cobre e a coroa do mesmo, sendo
também dourada a cruz da cinta da espada, com mais bronzeado dos braços, com as
balanças douradas, com alfanje de cobre prateado. (AHCMM, Códice 135,
p.103v.-104v.) (ANTUNES; SILVEIRA, 2016, p.28).
Construído
em 1750, por José Moreira de Mattos, mas por determinação da Câmara, em 1871,
esta versão do pelourinho foi demolida. Anos depois, quando se celebrou o
bicentenário do Arraial do Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo, ele foi
reconstruído, mas desmontado no período entre as décadas de 1930 e 1940. As
peças acabaram armazenadas no almoxarifado da Casa de Câmara e Cadeia. Quando
foi reconstruído novamente, na administração do prefeito Josaphat Macedo, na
década de 1930, valeram-se das informações obtidas por Salomão Vasconcelos e
estudos de José Wash Rodrigues. Em 1981, por iniciativa do prefeito Jadir
Macedo, o pelourinho foi remontado e complementado e para tal consideram os
dados coletados por Vasconcellos e Wash Rodrigues.
Detalhe do
pelourinho de Mariana, com a esfera armilar e a coroa real,
na atual Praça Minas Gerais. Fotografia: Luiz
Cruz, 2022.
O
pelourinho de Mariana subsiste, com as adaptações e significativa documentação remanescente
sobre sua instalação e mudança de local, até onde se encontra no momento,
defronte à Casa de Câmara e Cadeia.
Pelourinho de Mariana, no Largo da Matriz. Década de 1930. Fotografia: Acervo Lauro Soares.
Antigo Largo dos Quartéis, atual Praça
Minas Gerais, Mariana, sem o pelourinho.
Fotografia do final do século XIX,
acervo: Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.
Pelourinho de Mariana, na Praça Minas Gerais, com as capelas da Ordem Terceira de São Francisco de Assis e da Ordem Terceira de N. S. do Carmo. Fotografia: Luiz Cruz, 2022.
Na
cidade de Mariana, a Casa de Câmara e Cadeia funcionou em imóveis distintos até
a construção de sua propriedade definitiva, alocada no antigo Largos dos
Quartéis. Trata-se de uma das mais imponentes edificações do período colonial
brasileiro, implantada em área privilegiada da localidade:
O local para a construção da Casa de
Câmara e Cadeia de Mariana já estava escolhido desde 1747, e a construção foi
iniciada em 1768. A Casa de Câmara e Cadeia era, em geral, construída com dois
pavimentos, sendo o inferior ocupado pela Cadeia e o superior pela Câmara. O
interior das prisões das Casas de Câmara e Cadeia possuía compartimentos, como
as enxovias, salas, celas onde ficavam os presos – homens, mulheres, negros e
galés. (CASTRIOTA, et al., 2012, p.78.)
No
minucioso documento dessa obra se destaca:
Auto de rematação da factura da nova
obra da cadea, e casa de Camara que se determinou fazer no logar dos quartéis,
e rematou o Alferes José Pereira Arouca, na forma das condiçoens, e risco, pela
quantia de trinta sete mil cruzados...37 mil cruzados. Anno do nascimento de
Nosso Senhor Jesus Christo de mil setecentos e oitenta e dous anos aos vinte
dias do mez de Outubro do dito anno nesta Leal cidade de Mariana [...]. Livro 6
de Termo de arrematações da Câmara Municipal de Mariana, fls. 191 (Nº atual
157). (CASTRIOTA, et al., 2012, p.92).
A execução dessa edificação possibilitou a atuação dos dois mestres construtores portugueses: José Pereira dos Santos e José Pereira Arouca.
Riscos para a Casa de Câmara e Cadeia de Mariana, autor José Pereira dos Santos. Disponível em: https://artsandculture.google.com/asset/planta-a-da-casa-de-c%C3%A2mara-e-cadeia-de-mariana-jos%C3%A9-pereira-dos-santos/1wHHwNfwzxf4gA
Casa de Câmara e Cadeia de Mariana, atual Praça Minas Gerais. Fotografia: Luiz Cruz, 2018.
atual Praça Minas Gerais. Fotografia: Luiz Cruz, 2018.
O pesquisador Paulo Thedim Barreto, arquiteto-chefe da Seção de Obras da Divisão de Conservação e Restauração da DPHAN-Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, foi o pioneiro nos estudos das Casas de Câmaras e Cadeias do Brasil colonial, obra publicada em 1949. Para se compreender a expressividade desse tema no contexto sociocultural, urbanístico e arquitetônico, a leitura de sua obra se tornou elementar.
Projeto da
Casa de Câmara e Cadeia, de Goiás e alçapão de entrada à enxovia, Pilar de
Goiás, da obra de Paulo Thedim Barreto, publicada em 1949.
[...] ter os alicerces de pedra de
lageado, asentada em cal e areia, devendo o pedestal da coluna ser de hua pedra
inteirissa e a coluna ser de inteirissa com todos os seus ornatos como mostra o
risco levando dous escudos ou armas reais hum fazendo frente p.a a cadea, e
outro para o palácio. (COSTA, 2010, p.40)
Morro de Santa Quitéria, atual Praça Tiradentes, como pelourinho. Acervo: IEB/USP.
O
pelourinho de Vila Rica foi removido, no largo se construiu o primeiro
monumento a homenagear o líder do movimento Inconfidência Mineira, conhecido
como Coluna Saldanha Marinho. Posteriormente, removida para a construção do
segundo monumento em homenagem ao Alferes Joaquim José da Silva Xavier, local
hoje conhecido como Praça Tiradentes.
Durante o
período da pandemia de Covid-19, o professor Alex Bohrer e seus alunos Tiago Cunha
da Rosa e Alan Rodrigues executaram o Projeto Paisagens Pitorescas, numa
reconstituição urbanística e arquitetônica do antigo Morro de Santa Quitéria. Através
de acurada pesquisa, remontaram a espacialidade do local, com suas edificações,
cheios e vazios, com as volumetrias, proporções, cores e claro, com o
pelourinho em destaque. Trabalho que teve ampla divulgação na mídia nacional e
acessado por mais de 100 mil visualizações.
Projeto
Paisagens Pitorescas (PIBIC),
Instituto Federal de Minas Gerais, Campus Ouro Preto. Professor: Alex Bohrer,
alunos: Tiago Cunha da Rosa e Alan Rodrigues.
No mesmo morro, atual Praça Tiradentes se construiu
a Casa de Cadeia e Câmara de Vila Rica, elemento arquitetônico dos mais
expressivos do período colonial brasileiro. Nas quinas da platibanda da edificação
foram instaladas esculturas de alegorias, uma delas a da “Justiça”, a ostentar
nas mãos uma espada e uma balança. Obra que na época de sua construção recebeu
severas críticas, como as registradas pelo poeta e inconfidente Tomas Antônio
Gonzaga nas Cartas Chilenas.
A Casa de Câmara e Cadeia de Ouro Preto abriga o
Museu da Inconfidência, um dos mais importantes e mais visitados do país.
Antiga Casa
de Câmara e Cadeia de Vila Rica. Atual sede do
Museu da
Inconfidência, Ouro Preto. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.
Alegoria da Justiça, com a “espada” e a “balança”. Antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, atual sede do Museu da Inconfidência, Ouro Preto. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.
A terceira vila mineira, a Real Vila de Sabará, teve sua Casa de Câmara e Cadeia e também o seu pelourinho, em área privilegiada da malha urbana, onde atualmente é a Praça Melo Viana. A edificação ficava exatamente do lado oposto à Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, com sua estrutura arquitetônica principal inacabada. A Casa de Câmara e Cadeia e o pelourinho sabarenses foram demolidos em 1878 e o marco deste desaparecimento é o 21 de abril. Pode ter ocorrido por pressão do movimento republicano, mas há também a informação de que a demolição foi necessária para a “boniteza do lugar”, há ainda a referência “que era reputada a mais forte de Minas”. (SILVA, 2008, p.120). Uma segunda Casa de Câmara e Cadeia foi construída, onde atualmente funciona a Biblioteca Pública Municipal Professor Joaquim Sepúlveda e um polo de EAD.
Aspectos do interior da antiga Casa de Câmara e Cadeia de Sabará. Fotografias: Luiz Cruz, 2023.
A
quarta criada em Minas foi a Vila de São João del-Rei, a 8 de dezembro de 1713.
O pelourinho ficava no Largo da Câmara, em frente à Casa de Câmara, demolida
para a construção de um hospital. O primeiro foi substituído por outro
construído em 1812, pelo alferes e escultor Aniceto de Souza Lopes, que
trabalhou em obras executadas pelo mestre português Francisco de Lima Cerqueira
(1728-1808). Peça edificada em blocos de xisto e quartzito. O pelourinho
são-joanense esteve instalado em outros locais e até recebeu adaptação para
funcionar como chafariz, conforme o registro na obra Edgar Cerqueira Falcão, da
década de 1940 e de Augusto Viegas, de 1962. Atualmente, o pelourinho se
encontra instalado na Praça Barão de Itambé, no centro da cidade.
registrado nas obras de Edgar Cerqueira Falcão e Augusto Viegas.
Pelourinho construído pelo alferes e escultor Aniceto de Souza Lopes, atualmente instalado na Praça Barão de Itambé, São João del-Rei. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.
A
antiga Vila Nova da Rainha, atual Caeté, conserva o seu pelourinho. Ele já
esteve em outro lugar, atualmente se encontra em frente à Matriz de Nossa
Senhora do Bom Sucesso. É composto por cinco colunas de elementos pétreos, com
a mais alta ao centro, sobre dois degraus. Nela se inscreveu PP – Pelourinho do
Poder, datado de 1722.
Pelourinho de Caeté, instalado em frente à Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
Fotografia: Luiz Cruz, 2017.
Como
marco inicial da emancipação política e administrativa dos arraiais ou dos
distritos, os pelourinhos figuraram em inúmeras localidades brasileiras, como o
do Rio de Janeiro, registrado pelo viajante Jean-Baptiste Debret, no antigo
Largo do Rocio, atual Praça Tiradentes. Geralmente, eram instalados em frente
às casas de câmaras, ou em locais de maior visibilidade para a exposição dos
éditos, ordens régias, arrematações, leilões e outros de interesse público. Para
ilustrar essa função, em Salvador:
Em 1718, um dos motivos
alegados pelo chanceler do Tribunal da Relação para autorizar a transferência
do pelourinho do Terreiro de Jesus para o Largo de São Bento foram os prejuízos
que acarretava aos leilões a praça não ser muito frequentada por ser “m.tº
intenso o Sol”. (ANDRADE, 2022, p.7).
Os
pelourinhos estavam vinculados aos poderes legislativo, executivo e judiciário,
por isso precisavam ser afixados em lugar de visibilidade e de circulação do
povo em geral.
Muitas
casas de câmaras e cadeias foram demolidas, mas algumas passaram por obras de
restauração e ainda mantêm sua função inicial como se observa em Cachoeira, no
recôncavo baiano, uma sólida e imponente edificação. A do Recife-PE ao ser
desativada, passou por obra e atualmente abriga um Centro de Artesanato, onde
diversos artesãos mostram e comercializam suas produções.
Ainda podemos destacar a de Santa Cruz, edificada em meados do século XIX, atualmente no município de Aracruz-ES, que após obras de restauração e adaptação, a cadeia passou abrigar um museu com acervo sobre indígenas e aspectos da imigração italiana. Também o exemplar de Conceição do Mato Dentro-MG, construção singela, mas com graça e marcante na estrutura urbana e arquitetônica local.
Fotografias: Luiz Cruz, 2022.
Museu Histórico de
Santa Cruz. Fotografias enviadas por Clara Caldas, 2023.
Fotografias:
Luiz Cruz, 2022.
Finalmente
chegamos à 6ª vila criada em Minas, a Vila de São José, em 19 de janeiro de
1718, a atual cidade de Tiradentes. A instalação do pelourinho aparece no auto
de criação da localidade, como uma das providências iniciais a serem tomadas,
pelos componentes da mesa eleita para compor sua primeira mesa:
Auto de Creaçam da Villa de San Joseph
Vistas as razões alegadas pelos
suplicantes e as informações que delas tirei, concedo o que me pedem, para que
o dito Arraial de Santo Antônio seja erigido em Vila, com o nome de São José, e
o doutor Ouvidor Geral da Comarca do Rio das Mortes, ou quem em seu lugar
servir, levantará o Pelourinho e dará a posse na forma do estilo,
começando o distrito da nova Vila da banda de lá do Rio das Mortes. (grifo
nosso).
Vila do Carmo, dezenove de janeiro de
mil setecentos e dezoito anos (uma rubrica).
(Transcrição
Antônio Geraldo da Cunha, lexicógrafo,
Rio de
Janeiro, em 4 de outubro de 1982.)
Trecho do Auto de Creaçam da Villa de San Joseph, de 1719,
onde apareceu a orientação para a
instalação do pelourinho.
Documento: acervo do Instituto Histórico
e Geográfico de Tiradentes.
Diferentemente
da maioria das vilas, no caso de São José, ao invés de única edificação para abrigar
a câmara e cadeia, nessa localidade se construiu dois imóveis, um próximo à
Matriz de Santo Antônio, para sediar a Câmara e outro na Rua Direita, para ser
a Casa de Cadeia.
Infelizmente,
parte da documentação da Câmara de São José desapareceu, certos documentos
foram transcritos por Herculano Velloso, em sua obra Ligeiras Memórias sobre
a Vila de São José nos tempos coloniais, com edições de 1919, 1955 e
2013, sendo a última de iniciativa do IHGT – Instituto Histórico e Geográfico
de Tiradentes. A edificação é imponente, passou por obras de reforma e teve o
acréscimo de uma varanda, com arcadas, em arcos batidos e colunas em blocos de
xisto.
Casa de Câmara
da Vila de São José, atual cidade de Tiradentes,
na Rua da Câmara, centro. Fotografia: Luiz Cruz, 2022.
na Rua da Câmara, centro. Fotografias: Luiz
Cruz, 2022.
A Casa de Cadeia de São José foi destruída por um incêndio,
em 1829, e reconstruída entre 1833 e 1835, no mesmo local, na Rua Direita,
quase em frente à Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e
defronte a um dos Passos da Paixão. (CRUZ, 2015, p.15). Trata-se de imponente
edificação, toda estruturada com elementos pétreos, com destaque para as portas
e janelas com vergas alteadas, marcos em blocos de xistos verdes. Após ser
desativada, em 1984, passou por obra de restauração e o Estado de Minas Gerais
a transferiu para a Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, agora sob
administração da Univesidade Federal de Minas Gerais.
Cadeia Pública de Tiradentes, ainda em funcionamento e com a Rua Direita com o calçamento original. Fotografia: Acervo do Laboratório de Fotodocumentação Sylvio de Vasconcellos, EAU-UFMG, década de 1960.
Atualmente, a antiga Cadeia abriga o Museu de Santana, implantado pelo Instituto Flávio Gutierrez, com a coleção conformada por Angela Gutierrez, mais de 300 imagens dessa devoção. Trata-se de um dos mais charmosos e elegantes museus do Brasil e deve ser revisitado sempre.
Antiga Cadeia da Vila de São José, atual sede do Museu de Santana, Tiradentes-MG.
Aspectos do
Museu de Santana, Antiga Cadeia de Tiradentes-MG.
Fotografias: Luiz Cruz, 2023.
Apresentadas as edificações da Casa de Câmara e da
Casa de Cadeia, agora cabe-nos indagar: – e o pelourinho da antiga Vila de São
José? Conforme os Autos de Criação dessa localidade, o pelouro ou padrão
teria sido a primeira e mais fácil providência tomada pelos edis eleitos em 1718.
Com certeza, tudo que almejavam seria o reconhecimento real da elevação do
Arraial Velho de Santo Antônio à categoria de vila, para assegurar a
independência política e administrativa e se separar definitivamente da Vila de
São João del-Rei.
– Mas onde instalaram tal marco real?
– Provavelmente, no largo quase em frente à Casa de
Câmara.
Como o núcleo de São José tinha uma malha urbana
diminuta, dificilmente teria instalado em frente da Câmara ou da Cadeia, por
falta de espaço. O logradouro mais próximo seria o Largo do Ó, mesmo assim, não
teria visibilidade como se propunha na época. Muito menos instalariam no Largo
do Sol ou no Largo das Forras que estavam distantes da sede do poder local, a
Casa de Câmara.
Hipoteticamente, no pequeno largo, ao lado da Casa
de Câmara e entre as ruas do Jogo de Bola e da Câmara, devem ter instalado o
primeiro pelourinho, uma peça de madeira e depois realizado a substituição,
exatamente como ocorrera em tantas outras vilas e cidades. Há referência
documental a ele, mas infelizmente seu paradeiro continua ignorado.
Largo entre as ruas da Câmara e Jogo de Bola, local mais provável e adequado para a instalação do pelourinho da Vila de São José, conforme indicação do “Auto de Criação”, de 1719.
Fotografia: Luiz Cruz, 2022.
O Largo do Pelourinho mais famoso e mais visitado
do Brasil é o de Salvador-BA e lá não possui o equipamento de reconhecimento
real, tal qual ocorre com Tiradentes, que também tem um largo quase em frente à
câmara e não possui o pelouro e nenhuma referência a ele. No Pelourinho baiano
acontecem inúmeras atividades artísticas, praticamente ao longo do ano todo, e
quem passa por lá é sempre contagiado pela expressividade das manifestações
artísticas, da música, da dança, da poesia e do sincretismo religioso. Em
Tiradentes é exatamente o contrário, ocorre o apagamento total da memória da
estrutura urbanística e de seus equipamentos, instalados como símbolos de
autoridade e dentro dos princípios do decoro e da formosura. O pelourinho era
um dos componentes da paisagem arquitetônica setecentista. Agora, sem
referenciais, compromete-se a compreensão do que é um pelourinho: marco real,
de exposição dos éditos, dos pregões, dos bandos, das ordens régias etc, mas
também da exposição à humilhação e do espancamento de escravizados.
Largo do Pelourinho,
Salvador-BA. Fotografia: Luiz Cruz, 2022.
Como significativa produtora de ouro desde os
tempos de Arraial de Santo Antônio do Rio das Mortes, aqui e na região aportaram
milhares de escravizados, sequestrados em diversas nações africanas. Muitos
tiveram a vida subtraída nas atividades minerárias e outras, pelas precárias condições
e maus tratos. A população escravizada constituía a maior fatia do corpo social
dessa região e da colônia como um todo. Torna-se necessário avaliar o tanto que
contribuíram com os seus braços para apurar o ouro, posteriormente aplicado na
ornamentação de igrejas, palácios e foi dos principais recursos do
desenvolvimento europeu, inclusive o propulsor da “revolução industrial” na
Inglaterra. Muito além do ouro e dos diamantes apurados pelos escravizados, a
contribuição desse corpo social em nossa cultura, produção agropastil, comércio,
modo de vida, foi e continua ser fenomenal. Desse tempo de verdadeiro horror
subsistem diversos instrumentos de tortura, como a corrente para transportar
escravizados encontrada próximo às margens do Rio das Mortes, em 1967, por Benedito
Rosa (?-1970), funcionário da Prefeitura de Tiradentes. Peça que se encontra na
reserva técnica do Museu Casa Padre Toledo.
Corrente para transportar escravizado, encontrada em 1967, por Benedito Rosa, propriedade da Prefeitura de Tiradentes e se encontra na reserva técnica do Museu Casa Padre Toledo. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.
O viajante Johann Moritz Rugendas (1802-1858) ao
circular pelo Brasil produziu diversos registros do cotidiano e alguns deles
sobre os castigos ministrados aos escravizados em público, atados em
pelourinhos. O uso do pelourinho para as punições deixou marcas dolorosas no
corpo e na memória do povo brasileiro; até o presente, parte da população preta
(mulata e parda) ainda sofre com os preconceitos e as disparidades da
desigualdade econômica. Refletir, rememorar, repensar, reavaliar e propor novos
paradigmas para toda a população brasileira é sempre oportuno e necessário.
Castigo público no Campo de Santana, Rio de Janeiro. Johann Moritz Rugendas,
gravador: L. Deroy, Casa litográfica: Engelmann, Paris, s/d.
Além dos registros visuais e textuais produzidos
pelos viajantes estrangeiros, os sentimentos e as cicatrizes impressos nos
descendentes de escravizados aparecem sempre nas manifestações artísticas e em
especial nas crônicas, diários e poesias de certos autores:
Fiz do chicote um laço
das chicotadas pelourinho
Enforquei feitores
chicoteei capitães do mato
Ceguei retalhei sinhozinhos
Refugiei-me nas emoções
Sou impune
livre.
Miriam Alves, Revanche.
19 DE MAIO Deixei o leito as 5 horas. Os pardais já
estão iniciando a sua sinfonia matinal. As aves deve ser mais feliz que nós.
Talvez entre elas reina amizade e igualdade. (...) O mundo das aves deve ser
melhor do que dos favelados, que deitam e não dormem porque deitam-se sem
comer.
Vestir a camisa
de um poeta negro
– espetar seu coração
com uma fina
ponta de faca
– dessas antigas,
marca Curvelo,
em aço sem corte,
feito para a morte
– E acomodar
No exíguo espaço
de uma bainha
sua dor-senzala
Adão Ventura, Origem.
A voz de
minha bisavó
ecoou
criança
nos porões
do navio.
Ecoou
lamentos
de uma
infância perdida.
A voz de
minha mãe
ecoou
obediência
aos
brancos-donos de tudo.
A voz de
minha mãe
ecoou
baixinho revolta
no fundo
das cozinhas alheias
debaixo das
trouxas
roupagens
sujas dos brancos
pelo
caminho empoeirado
rumo à
favela.
A minha voz
ainda
ecoa versos
perplexos
com rimas
de sangue
e
fome.
A voz de
minha filha
recolhe
todas as nossas vozes
recolhe em
si
as vozes
mudas caladas
engasgadas
nas gargantas.
A voz de
minha filha
recolhe em
si
a fala e o
ato.
O ontem – o
hoje – o agora.
Na voz de
minha filha
se fará
ouvir a ressonância
o eco da
vida-liberdade.
Conceição Evaristo, Vozes-mulheres.
As
casas de câmaras, cadeias e pelourinhos tiveram seus momentos de pioneirismo e
precariedade, com o aprimoramento da mão de obra, especialmente com a atuação dos
mestres-de-riscos, mestres-de-obras as construções iniciais com as técnicas
vernaculares acabaram substituídas, com o uso da alvenaria, da cantaria, dos
princípios do decoro, da formosura e das novas conformações urbanísticas. São as
edificações e os símbolos de poder, vigilância e punição: por isso, nos
coroamentos dos pelouros a presença de uma espada ou de um cutelo a aludir à
justiça emanada do rei, mais comuns que a “balança” – representação vinculada
aos “tribunais”. Como afirmou um filósofo francês: “A afixação espacial é uma
forma econômico-política que deve ser detalhadamente estudada” (FOUCAULT, 1979,
p.212) e sempre.
Apesar
de subsistirem raros exemplares, os pelourinhos que estão aí juntamente com as
casas de câmara e cadeia são equipamentos urbanísticos que contam histórias,
muitas histórias. Mas para indagá-los precisa-se de um primeiro passo,
conhecê-los.
Luiz Antonio da Cruz
Agradecimentos: Alex Bohrer, Maria Clara Caldas Ferreira, José Bouzas, Maria José Boaventura (ICBÓ), César Augusto Perillo Fernandes, Cecília da Cruz Barbosa, Francisco José Frazão, Jonas Rosa, José Luiz de Oliveira, Lorena Mello e Paula da Silva Vilela.
Referências:
ANDRADE,
Francisco. De símbolos da opressão a padrões da liberdade: a preservação de
pelourinhos coloniais e o apagamento da memória da escravidão (sécs. XVI-XX).
São Paulo: Revista de História, nº 181, 2022.
ANDRADE, Marcos
Ferreira de. Rebelião escrava no Sudeste do Império do Brasil: a revolta de
Carrancas – Minas Gerais (1833). Anais do XXVI Simpósio Nacional de
História – ANPUH. São Paulo, 2011.
ANTONIL, André
João. Cultura e Opulência no Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional.
Auto de
Creaçam da Villa de San Joseph,
19 de janeiro de 1719. Acervo: IHGT.
BANDEIRA,
Júlio; LAGO, Pedro Corrêa do. Debret e o Brasil. São Paulo: Capivara,
2008.
BARBOSA,
Waldemar de Almeida. Dicionário da terra e da gente de Minas. Belo
Horizonte: Imprensa Oficial, 1985.
BARRETO, Paulo
Thedim. Casas de Câmara e Cadeia. Arquitetura Oficial I: FAUUSP e
MC-IPHAN, 1978.
BASTOS, Rodrigo
Almeida. A maravilhosa fábrica de virtudes: O decoro na Arquitetura
Religiosa de Vila Rica (1711-1822). São Paulo: Editora da USP/Fapesp, 2013.
BASTOS,
Rodrigo. A arte do urbanismo conveniente: o decoro na implantação de novas
povoações em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2014.
DANGELO, André
Guilherme Dornelles, (et al.). Memória arquitetônica da cidade de São João
del-Rei – 300 anos. Belo Horizonte: .43, 2012.
CASTRIOTA,
Leonardo Barci. (org.) Casa de Câmara e Cadeia de Mariana – a recuperação de
um monumento nacional. Belo Horizonte: IEDS, 2012.
CONDURU,
Roberto. Pelourinho de Mariana,
monumento à barbárie. 40º Colóquio
do Comitê Brasileiro de História da Arte. Dezembro de 2020.
COSTA, Antônio
Gilberto da. Mapa das pedras de Minas. Disponível em: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/acervo/rapm_pdf/2010D08.pdf
COSTA, Antônio
Gilberto da. Rochas e História do Patrimônio Cultural do Brasil e de Minas.
Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2009.
CRUZ, Luiz
Antonio da. A antiga cadeia da cidade de Tiradentes. Museus de Sant’Ana.
Coordenação Ângela Gutierrez. Belo Horizonte: Conceito Comunicação, 2015.
FALCÃO, Edgar
de Cerqueira. Relíquias da Terra do Ouro. São Paulo 1946.
FOUCAULT,
Michel. Microfísica do Poder. São Paulo: Edições Graal, 1979.
GAIO SOBRINHO,
Antônio. Visita à Colonial cidade de São João del-Rei. São João del-Rei,
1999.
GONZAGA, Tomás
Antônio, (1744-1810?). Literatura Comentada. São Paulo: Abril Educação,
1980.
FONSECA, Cláudia Damasceno. Termo de Mariana - História e Documentação. O espaço urbano de Mariana e suas representações. Mariana: Imprensa Universitária da UFOP, 1998.
LAGE, Mônica Maria Lopes. José
Pereira Arouca, um construtor na Mariana setecentista: entre arrematações,
“monopólios redes de sociabilidades
(1753-1800). Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em História,
FAFICH, Universidade Federal de Minas Gerais, 2018, [mímeo].
LAPA, M.
Rodrigues. As “Castas Chilenas” – um problema histórico e filológico.
Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultural, Instituto Nacional do Livro,
1958.
LOPES,
Francisco Antonio. Os palácios de Vila Rica – Ouro Preto no ciclo do ouro.
Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1955.
MARX, Murillo. Cidade
Brasileira. São Paulo: Editora da USP, Edições Melhoramentos, 1980.
PEREIRA, Carlos
Alberto. (et al.). O espaço e os construtores de Mariana (século XVIII).
Ouro Preto: Ed. UFOP, 2015.
ROMEIRO,
Adriana. Paulistas e emboabas no coração das Minas – ideias, práticas e
imaginário político no século XVIII. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
RUGENDAS, João
Maurício. Viagem Pitoresca através do Brasil. São Paulo: Livraria
Martins Editora, INL, MEC, 1976.
SILVA. Flávio
Marcus da. Subsistência e poder: a política do abastecimento alimentar nas
Minas setecentista. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
SOUZA, Sabrina
Delamore.; GUALANDE, Danielly Narducci. O pelourinho de Mariana: uma
figuração do período colonial. Belo Horizonte: 10º Mestres e Conselheiros –
Agentes Multiplicadores do Patrimônio.
VASCONCELLOS,
Diogo de. A arte em Ouro Preto. Belo Horizonte: Edições da Academia
Mineira de Letras, 1934.
VASCONCELLOS,
Diogo. História Antiga das Minas Geraes. Bello Horizonte: Imprensa
Official de Minas Geraes, 1904.
VASCONCELLOS,
Sylvio. Vila Rica. São Paulo: Perspectiva, 2011.
VELLOSO,
Herculano. Ligeiras memórias sobre a Vila de São José nos tempos coloniais.
Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1955.
VIEGAS,
Augusto. Notícia de São João del-Rei. Belo Horizonte: Imprensa Oficial,
1962.
Trabalho perfeito!
ResponderExcluirAmigo Messias, muito obrigado por sua presença aqui. O tema é rico e pode gerar muita reflexão. Abraço
ExcluirExcelente trabalho, Professor.
ResponderExcluirMuito obrigado, sua presença aqui é importante. Nosso Patrimônio é rico e vasto. Abraço
Excluirparabéns pela pesquisa,conheço quase todos pelourinhos em Minas exceto de Caeté ,o de Alcantra no Maranhão e o português
ResponderExcluirshow, muito bacana
Parabéns!
Gratidão. Os pelourinhos são marcos históricos e precisam ser conhecidos por todos. Eles constituem páginas de nossa história. Abraço.
ExcluirParabéns! Que aula! Como sempre você nos presenteando com tanta informação...Muito obrigada! Um abraço da amiga Thelma
ResponderExcluirAmiga Thelma, muito obrigado pela leitura e por seu registro. É um prazer compartilhar nossas pesquisas e ir de encontro com os leitores. Abraço afetuoso.
Excluir