MAGLIANI
– A pintora da VIDA invisível
Sem título, óleo sobre tela, 2000. Coleção Raul José de Sá Barbosa-RJ.
Fotografia: Luiz Cruz.
Caríssima Magliani,
[...] Haveremos de deixar nossos rastros
Neste chão em que nascemos.
Com carinho,
Iberê
Maria
Lídia dos Santos Magliani (1946/Pelotas-RS - 2012/Rio de Janeiro-RJ) era filha
de Antonio Magliani e Eugênia dos Santos Magliani. Viveu alguns anos em Tiradentes-MG. Quando
aqui chegou, já conhecíamos alguns trabalhos dessa artista visual. Conviver com
Magliani foi uma dádiva. O dia a dia dessa figura era uma verdadeira
caixa de surpresas, em todos os sentidos, e aos poucos íamos descobrindo as
várias maglianis contidas na personalidade de Maria Lídia. Agora, quando se
completam 10 anos que ela nos deixou, no dia 21 de dezembro de 2012,
registramos nossa homenagem a essa artista tão singular e que gostava de
celebrar as efemérides de sua vida dedicada às artes.
Originária de um núcleo familiar de pessoas sensíveis e de gosto pelas manifestações artísticas, ela se graduou na Escola de Artes da UFRGS, em 1966. Porém, seu alicerce fora expandido além dessa formação. Mulher de vasta cultura estruturada na Literatura e na História da Arte. Através da incursão nas obras literárias, chegou ao teatro – o palco, foi o espaço que utilizou nos exercícios da ocupação dos vazios e com ele aprendeu a preencher as espacialidades de um suporte em branco. Atuou como intérprete, cenógrafa e figurinista, experiência que transcendeu para suas obras plásticas, ao longo do tempo.
Paulo, Lígia
Vellasco, Magliani e Antônio Maschio, década de 1990.
Fotografia:
Maria José Boaventura.
Fotografia:
acervo de Maria José Boaventura.
– Afinal de contas, quem foi essa personagem que saiu de Pelotas e transitou por tantas paragens? – Maria Lídia Magliani foi uma artista brasileira, que nos legou vasta produção. Como convivemos e nos conhecemos, era isso! Não há como nos valer de adjetivações e suas condições, pois no caso dela, não comporta. – Quem foi Anita Malfatti? – Anita Malfatti foi uma artista brasileira. Sim, e ponto final. O que nos importa é a ARTE e o legado da artista visual Maria Lídia Magliani. Ela foi sobretudo uma pintora. Para construir sua obra pictórica, enveredou pelo teatro, dança, cenografia, literatura, jornalismo, diagramação, ilustração e claro, as mais diversas técnicas artísticas, como o desenho – crayon, grafite, lápis de cor, lápis de cera, xilogravura, colagem, guache, guache lavado, terras/pigmentos naturais, papel machê, tinta a óleo, tinta acrílica e uma variedade de suportes. Além disso, gostava de moda, aprendeu a costurar e fazia obras de arte com os tecidos e valia-se de suas habilidades do crochê. Foi, também, apreciadora das obras literárias de Dostoievsky, da música renascentista, de poesia e escreveu poemas.
Foi no
Rio Grande do Sul que Magliani e Maria José Boaventura se conheceram.
Posteriormente, se reencontraram em São Paulo, onde viveram e trabalharam para
jornais e editoras. Depois, Boaventura se mudou para Tiradentes, Magliani veio
visitá-la e também se encantou pela cidade. Pouco mais à frente, a artista
gaúcha chegou de mudança para viver junto ao sopé da Serra de São José e sob a
proteção de Xangô.
Potes, papel machê pintado, 1998.
Acervo: Luiz Cruz.
Obra ilustrada por Magliani. Acervo: Maria José Boaventura.
Bolsas tecidas
por Magliani, década de 1990. Coleção particular.
Fotografia:
Maria José Boaventura.
Colete, criação de Magliani, década de 1990.
Acervo e fotografia: Maria José Boaventura.
Preto
e roxo – por certo tempo, foram suas cores favoritas. Como esquecer aquela
figura com o cabelo pintado de roxo, a lembrar uma quaresmeira florida da Serra
de São José a se movimentar pela Rua Direita? Lá vinha ela com aquela presença
estupenda e aquele vozeirão. Figura ímpar em todos os sentidos. Após passar por
capitais, aportou-se aqui na terrinha, onde viveu de 1989 a 1999. Quem diria,
tornou-se tiradentina de coração. Não há como esquecer sua generosidade,
colaborou em diversas campanhas ambientais, doou obras para os leilões
beneficentes do Corpo de Bombeiros Voluntários de Tiradentes. Circulou pelos
bares, sentou e bateu papos intermináveis, após suas jornadas introspectivas.
Integrou-se ao LOA – Grupo Largo do Ó Arte, onde fez exposições individuais e participou
de todas coletivas dos associados, além das mostras comemorativas, como a “Uns
300 Anos de Janela para o Cinema”, ocorridas na Rua Direita, eventos da abertura
da Mostra de Cinema de Tiradentes. Em 1998, criou os figurinos da peça teatral O
sapateiro do Rei, encenada pela Oficina de Teatro Entre & Vista, apresentada
no Centro Cultural Yves Alves e sob direção de Eros Conceição.
Sempre interessada em novas soluções para suas obras, por isso participou das oficinas de papel machê realizadas pelo Instituto Cultural Biblioteca do Ó, sob a coordenação da artista Rosália Cortês, que inclusive fez uma escultura de Magliani nessa técnica.
Magliani como personagem de Federico Fellini, a Gelsomina, interpretada
por Giulietta Masina, na abertura da Mostra de Cinema. Tiradentes,
2003. Fotografia: acervo Maria José Boaventura.
Magliani, escultura em papel machê, de autoria Rosália Cortês.
Acervo: Maria José Boaventura. Fotografia: Luiz Cruz.
Travava
longas conversas sobre as técnicas artísticas, inclusive sobre a imaginária
disposta nos inúmeros retábulos das igrejas da cidade. Os santos de vestir, ou
santos de roca, com aquela dramaticidade do Barroco, sempre cativaram sua
atenção e, provavelmente, influenciaram na produção executada em papel machê. De objetos, alguns utilitários, partiu para a
criação da série Cabeças, com esculturas de forte impacto, algumas integradas
a peças de madeiras antigas.
Dona
de um humor atípico para a paragens mineiras, às vezes acabava incompreendida
com suas falas precisas como o fio de uma navalha. Por isso, em inúmeros momentos preferia
comunicar-se com suas expressões corpóreas, principalmente as faciais e aqueles
olhares que diziam tudo e “ponto final”.
Envelope de uma das inúmeras cartas que
Magliani enviou de Tiradentes.
Nos tempos
passados em Tiradentes, frequentemente era encontrada na Agência dos Correios, a
sempre a receber livros ou a despachar os seus trabalhos. Daqui, enviou
inúmeras cartas para os seus amigos, familiares, colaboradores e marchands.
Matriz de
Santo Antônio, guache sobre papel, 1994.
Acervo: Corpo
de Bombeiros Voluntários de Tiradentes.
Da série Cabeças, sem título, papel machê, 1994. Acervo: Cristina Nascimento.
Da série “em Gerais”,
guache lavado sobre papel, 1990. Acervo: Luiz Cruz.
Admirada
pelos artistas locais, conseguiu conformar pequeno núcleo de colecionadores de
suas obras. De uma série partia para outra, era como uma tecelã, usava o mesmo
fio condutor e se recriava, a cada mostra surpreendia a todos com a força e o
impacto de seus trabalhos. Em Tiradentes, produziu muito, mas a série mais
conhecida foi em Gerais, que apresentou em Porto Alegre, na Galeria Tina
Zappoli, em 1990, com o seguinte texto:
em Gerais – não apenas estar aqui, entre as
montanhas. Mas todos os temas, todas as terras, pessoas, paisagens. Todos os
possíveis silêncios, espaços e passos nas pedras gastas por tantos outros
apaixonados passos. E cores: branco e azul, adobe, terra, verde, telha, cinza,
tijolo e sombras.
Pedras, pássaros e
plantas. O novo – o século XVIII no cotidiano e a influência em estar vivendo
no barroco. Pedra, prata, ouro (“minas não há mais”) e (in)confidências
sussurradas em ladeiras, becos e esquinas, testemunhos de tanta História e
desta escolha. Meu presente dentro deste pequeno pedaço de passado: igrejas,
meninos, madeiras, cachorros, flores, pandorgas, ferro, paredes, muros, mato,
perfumes e ainda o que aprender. Alguma paz e muitas lutas às margens do Rio
das Mortes. Garimpando um veio onde outro ainda seja semelhante. E semente.
Nesse locus
impregnado de memórias, histórias e tantas máculas do tempo, a artista mais
que ninguém, compreendeu e interpretou essa espacialidade. Tantos elementos
constitutivos e sensitivos circulando, esquivando-se, escondendo-se e ao mesmo
tempo se apresentando nos seus mais diversos tons de magia, poesia e profunda
dramaticidade, sempre revelados em suas obras.
Essa
série teve a predominância dos tons preto e branco / preto e marrom, desenho e
pintura. Mas a artista pintou também objetos do cotidiano. Numas das séries,
parecia que o espectador entrava no quarto de dormir de Vicent von Gogh e tudo
ganhava vida própria e parecia transitar, flutuar, brincar de mudar de lugar.
Assim, os objetos mais inusitados foram reconstruídos com suas pinceladas
marcantes, precisas, como as xícaras, bules, tesouras, liquidificadores, cadeiras,
livros e tantos outros. Ainda, criou a série Retratos de Ninguém,
cabeças recortadas e pintadas em tela e coladas sobre papel cartão ou chapa de eucatex;
com desdobramentos posteriores, como em Todos e resultou num
curioso conjunto de cabeças masculinas e femininas.
Sem título, óleo sobre tela, 1995.
Acervo: Maria José Boaventura.
Retratos de ninguém, tinta acrílica sobre tela colada sobre papel cartão,
Tiradentes
aproveitou muito da passagem dessa artista pela cidade, de sua vasta
experiência no jornalismo, na ilustração, com sua vivência teatral – muito além
da interpretação, da produção cenográfica e de figurinos. Ainda na arte de
reutilizar, ao recorrer ao papel machê, com o emprego dos pigmentos da Serra de
São José e fragmentos de madeira antiga, obtidos das tantas sobras das oficinas
de marcenaria. Mas poderíamos ter aproveitado muito mais dessa artista diversa
e completa; não há como deixar de exaltar, ainda, uma de suas qualidades: a
generosidade, especialmente para com os artesãos locais. Porém, quem teve
oportunidade de compartilhar momentos com essa figura do expressionismo
brasileiro, deve ficar feliz ao ler essas breves linhas sobre ela, pessoa que
tão bem se integrou ao cotidiano de nossa cidade.
Sem título, óleo sobre tela, 1989. Acervo: Pinacoteca do Estado de São Paulo-SP.
Fotografia: Luiz Cruz.
Sem título, óleo sobre tela, 1989. Acervo: Pinacoteca do Estado de São Paulo-SP.
Fotografia: Luiz Cruz.
Homem em vermelho, guache sobre papel, 2000. Acervo: Cristina
Nascimento.
De
Tiradentes voltou a viver em São Paulo e por certo período trabalhou na
Pinacoteca do Estado de São Paulo, quando a instituição fora dirigida por
Emanoel Araújo (1940-2022). A partir de 2000, viveu no Rio de Janeiro e se
instalou no bairro Santa Tereza. Passou a integrar o Estudio Dezenove, com os
artistas Julio Castro, Ivana Curi, Paula Erber e Robson Camilo. Retomou sua
produção valendo-se de suas técnicas múltiplas, mas a predominar a pintura, a xilo
e o papel machê.
Sem título, óleo sobre tela, 1996. Acervo: Rogério Godoy.
Engana-se
quem achar que tudo ocorreu nessa ordem, a artista estava sempre em trânsito. Entre
o espaço de tempo em que viveu em Tiradentes e Rio de Janeiro, Magliani morou
em Porto Alegre, Rio, Cabo Frio, São Paulo, Rio e entre esses deslocamentos
passava temporadas aqui. Ela sentia necessidade de circular, ver gente,
observar, seguir os movimentos, interpretar imagens – figuras simples do
cotidiano, pessoas que caminhavam anonimamente na multidão, ignoradas e
invisíveis para grande parte da humanidade. Além de observar, ela precisava
captar as formas, os volumes, os contrastes, os movimentos e até mesmo os
espectros dos seus personagens escolhidos. E ainda sentia a necessidade de estar
presente no “mercado de arte” para conseguir sobreviver condignamente de sua
produção. O clima de Santa Tereza fez bem para Magliani e lá, como sempre,
produziu muito. O preto e roxo, o preto e branco foram cedendo espaço para novo
cromatismo, novas formas e suportes. Porém, sempre a abordar temas da
humanidade e seus tormentos. E como ela mesmo dizia: “uma arte para incomodar”.
Não
podia deixar passar a oportunidade, em 2008, visitou Paris e seus museus, como
gostava e falava bem o idioma francês, aproveitou bem a viagem.
Em 2016,
no Centro Cultural Yves Alves, ocorreu bela exposição de pinturas e objetos em
homenagem aos saudosos Magliani e Fernando Pitta, artistas que adotaram
Tiradentes como cidade do coração. O catálogo teve textos de apresentação de
alguns críticos que abordaram a obra de Magliani, um texto de Anna Maria N. L.
Parsons sobre Pitta e outro de Maria José Boaventura que idealizou e foi a
curadora da mostra. Nessa ocasião se reuniu obras de colecionadores de
Tiradentes e de São João del-Rei.
Catálogo da exposição “para matar a saudade”, Centro Cultural Yves Alves, 2016.
Curadoria,
texto e arte: Maria José Boaventura.
Consciente
do valor de sua produção artística, Maria Lídia manteve organizados os seus registros.
Tudo era anotado – técnica, suporte, dimensão, data, colecionador. Mas como
sempre se mudava, lamentavelmente perdeu os seus arquivos num incêndio. Todas
as cartas recebidas, todas fotografias, todos recortes de jornais, tudo, tudo foi
perdido. Porém, num grande esforço, Julio Castro mantém o Núcleo Magliani, no
Estudio Dezenove, no Rio de Janeiro. Ele coletou o que foi possível e breve disponibilizará
virtualmente.
Magliani já tratava do coração, da hipertensão, da solidão e das amarguras da VIDA, estava sempre preocupada com a falta de recursos financeiros. Há dez anos, a artista visual sofreu uma parada cardíaca, faleceu, no Rio de Janeiro, onde foi sepultada.
Catálogo da exposição Magliani, volume I e II, Fundação Iberê Camargo,
Porto Alegre-RS. Acervo: Luiz Cruz.
A Fundação Iberê Camargo, sediada em Porto Alegre-RS, num dos mais belos espaços dedicados às artes do país, realizou no período de 19 de março a 31 de julho de 2022, bela retrospectiva da artista visual Maria Lídia Magliani, ao apresentar 205 obras. A curadoria ficou a cargo de Denise Mattar e Gustavo Possamai; contou com a imprescindível colaboração de Julio Castro e o apoio de muitos amigos e colecionadores, de museus e de pinacotecas. Para essa mostra, o catálogo ganhou dois volumes, o I com apresentação e as imagens das obras e o II com a fortuna crítica de sua trajetória. Essa deve ser a primeira grande mostra, mas como se trata de uma das mais expressivas artistas do Brasil, breve teremos outras, em cidades diversas.
Carretel, revista da Fundação Iberê Camargo, número 8, p. 15-20, 2022.
Acervo: Luiz
Cruz.
A
revista Carretel, da Fundação Iberê Camargo, que tem edição elegante e
caprichada, nos números 8 e 9, trouxe matérias sobre a artista gaúcha Magliani com
aspectos variados da mostra ocorrida nessa instituição no primeiro semestre
deste ano.
Fundação Iberê
Camargo, área interna, Porto Alegre-RS.
Fotografia:
Luiz Cruz, 2017.
Não há
dúvida que Magliani se tornou um nome dos mais importantes no cenário das artes
visuais do Brasil contemporâneo, pois tratou de temas universais / ao mesmo
tempo, retratou os personagens do nosso cotidiano e do meio social; construiu sua
linguagem, dominou tantas técnicas distintas, sem jamais facear aos modismos
instantâneos ou temáticas fragmentadas. Ela partiu, mas deixou uma obra densa,
plural e necessária. E como disse seu amigo Iberê Camargo: – deixou rastros; muito
além dos impressos no seu querido Rio Grande do Sul.
Referências:
MAGLIANI: volume I /
curadoria Denise Mattar Gustavo Possamai – Porto Alegre: Fundação Iberê
Camargo, 2022.
MAGLIANI: volume II /
curadoria Denise Mattar Gustavo Possamai; textos: Ado Malagoli, Angélica de
Moras, Antonio Hohleldt [et al.] – Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2022.
Catálogo da exposição “para
matar a saudade”, Magliani e Fernando Pitta, Centro Cultural Yves Alves, Tiradentes-MG,
2016. Curadoria: Maria José Boaventura.
Magnífica!
ResponderExcluirMuito obrigado. Magliani foi uma personagem única . Abraço
ExcluirBela e merecida homenagem do Luis a essa querida pessoa grande artista Magliani.Felizes nós que tivemos o privilegio de coonviver c essa pessoa impar ao pé da Srrra de São José
ResponderExcluirGratidão. Magliani tinha uma grande admiração pela Serra de São José, era contempladora dessa beleza de monumento ambiental. Abraço
ExcluirParabens! Eu nao sei o q é melhor: a beleza e potencialidade da artista ou a revelaçao dela nesse texto por vc, Luiz!
ResponderExcluirGláucia, muito obrigado. Tivemos o privilégio de conviver com Magliani, realmente uma potencia de ser humano e grande artista. Abraço
ExcluirQue linda homenagem, Magliani merece! Feliz quem conviveu com ela, figura marcante e cheia de vida, será sempre.lembrada...
ResponderExcluirObrigado pela presença aqui. Magliani passou e deixou pegadas muito positivas. Agora é só saudades.
ExcluirExcelente homenagem e registros da multi artista plástico Magliani.Uma vida dedicada as artes .Uma expressão excepcional de vida com a arte.Sou admiradora de sua trajetória e seus ofícios pinturas/teatro/artes visuais/papier machê e seu engajamento social.Viva a Magliani!!!!
ResponderExcluirMuito obrigado! Viva a Magliani, com que todo o seu legado, construído ao longo de tantos anos e no enfrentamento dos desafios para produzir e conquistar o seu espoça. Nada foi por acaso. Ela merece muitos VIVAS!!!
ExcluirQue trajetória bonita! Uma mulher que parecia super criativa e multifacetada com mil caminhos a descobrir e mil coisas a realizar. É muito bom conhecer essas histórias que fazem parte das lembranças de quem é ou se tornou Tiradentino.
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