MEMÓRIA  AFETIVA,  ARQUITETÔNICA,

URBANÍSTICA  E  PAISAGÍSTICA

DE  TIRADENTES-MG 


 

Rua da Trindade, com a casa onde nasceu nossa avó paterna.

Fotografia sem identificação de autoria, década de 1930.

 Acervo: Elton Belo Reis, Barbacena-MG.

 


Não basta reconstruir pedaço a pedaço a imagem de um acontecimento passado para obter uma lembrança. É preciso que esta reconstrução funcione a partir de dados ou de noções comuns que estejam em nosso espírito e também no dos outros, porque elas estão sempre passando destes para aquele e vice-versa, o que será possível somente se tiverem feito parte e continuarem fazendo parte de uma mesma sociedade, de um mesmo grupo.

Maurice Halbwachs, A memória coletiva.


 

Na edificação da esquina do Beco da Matriz com a Rua da Trindade – que já teve outras denominações, Rua Espírito Santo, Rua Frei Veloso e a partir de 1979, até o presente: Rua Santíssima Trindade (PAIVA, 2019), nesse local existiu um casarão bem imponente, instalado em terreno amplo, que chegava até o paredão da pedreira. Além da casa, na testada do imóvel havia um muro construído com as técnicas vernaculares, com trechos em taipa e outros em adobe, coberto por telhas curvas. Nessa casa viveram os “Ferreira”, que foram bons ourives, ali mantinham a oficina, onde se produzia colares, brincos, pulseiras, anéis e outras peças pequenas, como bingas, fivelas, capa e cabo para facas e punhais; ainda, as encomendas de resplendores e de coroas para santos. Essa produção era vendida nas romarias, principalmente na do Senhor do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas-MG. Além da família “Ferreira”, outras também produziam para essa finalidade e para tal organizavam caravanas que iam a pé para as festas religiosas; havia pontos de paradas para o preparo da alimentação e para o pernoite.

Nessa casa da Rua da Trindade nasceram e viveram Oscar Ferreira, Francisco de Paula Ferreira, Vicente José Ferreira, Maria Rosa Ferreira, Antônia Rosa da Conceição, Geralda Ferreira e Carminda Maria da Conceição. Posteriormente, Oscar e Antônia tiveram residências no mesmo logradouro; depois, Geralda viveu em uma casa localizada do lado esquerdo da Trilha do Mangue, em frente à Chácara da Serra. Essa edificação ruiu e o local atualmente está encoberto pela Mata Atlântica do sopé da Serra de São José.

Carminda Maria da Conceição (07-10-1895 / 31-07-1952) casou-se com Joanito Lopes da Cruz (24-12-1888 / 21-02-1951). Carminda e Joanito foram nossos avós paternos, que, após casados, passaram a viver na antiga Rua do Sol – a Rua Padre Toledo nº 12, atual 152, onde tiveram os filhos Antonio Faustino da Cruz, Benigno Lopes da Cruz, Maria Madalena Lopes, Maria de Lourdes Lopes, Isabel Lopes da Cruz, João Evangelista da Cruz, Maria das Dores Lopes da Cruz. Desse núcleo familiar a última “Lopes da Cruz” é nossa querida Tia Bela – que após se casar, passou assinar Isabel Lopes dos Santos (28-10-1935). Ela sempre foi muito parecida com nossa avó, a tez, o formato do rosto, o cabelo, o sorriso e até o modo de se expressar. Sempre falamos com ela: – Tia, a senhora parece muito com a vovó Carminda, ela abre largo sorriso e responde: – sempre falaram isso para mim. Essa tia é um tesouro da família, uma personagem fabulosa, muito estimada, religiosa e grande devota de Nossa Senhora Aparecida e de São Judas Tadeu, inclusive, quando pôde, organizou festas dedicadas a esse santo.

A casa da Rua da Trindade ruiu, mas subsistiram os alicerces, as soleiras, os socos e muitos outros vestígios da ocupação doméstica e do ofício ali desenvolvido. No paredão, ao fundo do terreno, ainda se encontram as aberturas das betas, para a exploração aurífera. Posteriormente, descendentes da família “Ferreira” continuaram a trabalhar como ourives e um deles foi o Sô Zico – Antônio Carlos de Matos, artesão de requintadas habilidades, que produzia peças com fino acabamento, especialmente as bingas e os isqueiros em prata. Outros “Ferreira” foram exímios ourives, como os irmãos “Conceição”: Geraldo (Mitula), Eros e Juca Ourives, além de Valter Ferreira e Zé Damas (José Vicente Ferreira).

 

Beta de mineração aurífera, terreno onde existiu a casa que nasceu nossa

 avó Carminda Maria da Conceição. Fotografia: Luiz Cruz.

  

Joanito Lopes da Cruz e Carminda Maria da Conceição.

Fotografia: Acervo Luiz Cruz. 

 

Em 1973, registramos nossa tia Antônia Rosa da Conceição, irmã da vovó Carminda e mãe do Sô Zico, já bem idosa, quase em frente onde havia a casa em que nascera. Nessa fotografia ainda se vê uma das soleiras da casa. Tia Antônia nos propiciou momentos marcantes de nossa infância, ela sempre nos recebia bem, cantava os casos familiares e ao final fazia “peta”, um biscoito frito, para nos oferecer. Essa tia era puro encantamento!

 

Tia Antônia, quase em frente ao local em que existiu

 a casa que nascera, 1973. Fotografia: Luiz Cruz.

  


Tia Antônia em sua casa na Rua Santíssima Trindade, Tiradentes, 1973.

Fotografia: Luiz Cruz.

 

 

Tio Vicente José Ferreira, em sua casa, no Largo do Chafariz, 1980.

Fotografia: Luiz Cruz.

 

 

Sô Zico e isqueiro em prata feito por ele, 1992. Fotografias: Luiz Cruz.

 

A edificação onde nasceu nossa avó Carminda passou a contar com proteção federal a partir de 1938, quando se efetivou o tombamento do Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Tiradentes, processo 66-T-38. Infelizmente, diversos casarões e sobrados desapareceram por falta de manutenção e conservação. Mas para compreendermos não somente a espacialidade onde existiu esse casarão e a malha que o abrigava, precisamos considerar que “toda mudança que pretendemos na polis e em nossa vida comum não deve, para ser sólida, projetar-se apenas no futuro, mas também lançar-se no passado, marcando assim um retorno à sua origem, não à sua perda”. (BRANDÃO, 2006, p. 55, 56). Portanto, para compreendermos agora o locus em que nos encontramos, faz-se necessário uma busca ao passado.

  


Tia Bela, que muito se parece com nossa avó Carminda, em sua casa, 2016. Tiradentes.
 Fotografia: Luiz Cruz.

  


Tia Bela com os sobrinhos Giselda, Cecília e Airton, em Aparecida-SP, 2012.

Fotografia: Luiz Cruz.

 

 

 Casa da Rua Padre Toledo, onde o casal Joanito e Carminda

viveu e teve seus filhos, 2022. Fotografia: Luiz Cruz.

 

 

A primeira casa em que viveu o casal Antonio Faustino e Antonia Augusta

 e tiveram seus três primeiros filhos, 2022. Fotografia: Luiz Cruz. 

 

No início da década de 1990, o IBPC – Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural, atual IPHAN, deu início ao projeto do INBI – Inventário Nacional de Bens Imóveis / Proteção de Conjuntos, que realizou vasto trabalho de campo, levantamentos de fontes documentais e históricas sobre o sítio antigo de Tiradentes. Os dados coletados possibilitaram maior compreensão da morfologia e da tipologia da malha urbana local, bem como a volumetria e implantação de cada edificação nos terrenos; ainda, subsidiaram as normas para as intervenções, parcelamento e ocupação adotadas pelo órgão de proteção desse sítio. Quando ocorreram os levantamentos para esse trabalho, toda estrutura da base da edificação onde nasceu nossa avó se encontrava lá, intacta. Nessa proposta o sítio antigo da cidade acabou divido por oito setores, sendo o Setor 1 o núcleo principal e o Setor 2 a partir do Beco da Matriz até o Santuário da Santíssima Trindade. Nesse Setor há possibilidades de desmembramentos, desde que “a testada tenha no mínimo 8.00m e a profundidade mínima de 40.00m, respeitada a área mínima de 400.00m2”. A ocupação nos “lotes com até 500m2 – 40%” e os acima “de 3001 em diante – 10%”.

Curioso, que o sítio arqueológico da casa onde nasceu nossa avó Carminda, embora esteja na esquina, em logradouro imediato ao principal monumento arquitetônico da cidade, a Matriz de Santo Antônio, não tenha sido contemplado como área de proteção máxima. Posteriormente, o terreno foi parcelado, frontalmente e de maneira equivocada pelo Beco da Matriz, área que consiste na profundidade do terreno. Consequentemente, tornou-se impossível a reconstrução da edificação onde nasceu nossa avó, conforme fotografia e as estruturas subsistentes.

As Normas adotadas pelo IPHAN se tornaram significativas para nortear as intervenções e tudo mais sobre o núcleo antigo; porém, com aplicação às vezes muito rigorosa para certos casos e com beneplácitos para outros, como ocorreu com o terreno aqui em tela. Agora, com o passar do tempo, podemos constatar diversos equívocos com relação à ocupação e parcelamento do solo que vieram a comprometer parcialmente tal conjunto arquitetônico e urbanístico. Mas um dos fatores mais alarmantes dessa proposta foi deixar de contemplar o entorno direto do núcleo antigo da cidade. Uma das áreas ocupadas, o Sítio Arqueológico do Cacheu, foi um equívoco lamentável. Pior que esta ocupação foi a aprovação e implantação do condomínio fechado “Tiradentes Ville”, em área maior que o núcleo urbanístico original da cidade. Surgirá, então, uma “nova Tiradentes”, que causa e ainda causará diversos impactos negativos sobre o patrimônio cultural, paisagístico e ambiental. Tantos outros investimentos estão à espera de análise e aprovação, com isso os terrenos maiores serão parcelados, sob a pressão da especulação imobiliária. Breve haverá mais ofertas, centenas e mais centenas de lotes; inclusive para se vender para os incautos, até lotes em área do município de São João del-Rei como se fosse em Tiradentes, como é o caso do condomínio fechado “Benza Home Resort”.

 


     Terreno da esquina da Rua Santíssima Trindade com o Beco da Matriz, onde  existiu a casa que nasceu nossa avó Carminda, 2022. Fotografia: Luiz Cruz.

 


    Mapa dos Setores – Fundamentos e Proposta de 
Critério e Normas de Intervenção, IBPC,1994, p.44.

 

Um dia encontramos com a coordenadora do INBI – Inventário Nacional de Bens Imóveis / Proteção de Conjuntos, a arquiteta urbanista Lia Motta, no Rio de Janeiro, e conversamos sobre o impacto do crescimento desordenado de Tiradentes. Ela abordou os pontos positivos desse projeto, mas também os negativos – o principal deles foi não ter contemplado o entorno imediato, que acabou por permitir ocupações indevidas como a que ocorrida na Várzea do Cacheu. Essas normas precisam ser reavaliadas, o Plano Diretor deve ser implementado e monitorado, porque o conjunto arquitetônico e urbanístico de Tiradentes ainda é uma preciosidade, apesar de tudo, e merece todos os esforços para assegurar sua proteção.

  


Casa da Rua Padre Toledo onde viveram nossos bisavôs e tias avós, 2022.

Fotografia: Luiz Cruz. 

 

Na Rua Padre Toledo viveram nossos bisavôs – Joaquim Lopes da Cruz e Isabel Vicência Lima (que depois de casada tirou o Lima e acrescentou o Lopes), na casa nº 6, atual 106. Nossas tias avós solteiras, Maria da Conceição Lopes e Isabel Lopes da Cruz – conhecidas como Belica e Conceição, viveram sempre nessa casa.

Quando Antonio Faustino da Cruz se casou com Antonia Augusta da Costa – a Dona Nica, foram viver na casa da Rua Padre Toledo, esquina com o Largo do Sol. Aí nasceram os três primeiros filhos do casal: Maria José da Cruz, José Celso da Cruz e Luiza Marilac da Cruz. Naquele tempo, o resguardo após o parto era de trinta dias e nossa avó Carminda ajudava nos cuidados da casa. A água potável era buscada no Pocinho da Matriz, onde também se lavava toda roupa da família. A avó ajudava a cuidar dos bebês, especialmente com os primeiros banhos. Curiosamente, nossa avó materna, Maria Cândida de Paiva, tinha filhos quase que paralelamente ao tempo em que nasceram os seus primeiros netos e como morava no bairro Cuiabá de Cima, ficava impossibilitada de socorrer a filha mais velha que morava no centro.

 

Pocinho da Matriz, onde vovó Carminda buscava água potável para a casa e

 lavava as roupas. Fotografia: Luiz Cruz.

 

 


Ferramentas de ourives. Acervo Nilberto Barbosa, 2014.

Fotografia: Luiz Cruz.

 

Antonio e Antonia tiveram que se mudar por causa das condições de conservação dessa casa, então foram para a casa quase em frente à de Joanito e Carminda, até conseguirem comprar a casa da Rua da Câmara, nº 22, onde nasceram os filhos Cecília, Eutália, Joanito e Afonso. Depois o casal comprou duas casas na Rua Direita e as transformou em uma só, com o número 127, onde nasceram os filhos Luiz, Antônio, Daniel, Eliseu e Giselda.  O casal trabalhou diversos anos como ourives, a essa atividade se dedicavam numa segunda jornada, depois que os pequenos iam dormir.

  


Colar feito pelo casal Antonio e Antonia, em arame rústico e cada argolinha

soldada com o maçarico de boca. Década de 1960. Prata e moeda de 1771.

Acervo: Luiz Cruz. 

 

“A cidade é o lugar doador de sentido à existência individual e do aprimoramento de nosso corpo, nosso espírito e dos seus usos e hábitos de nosso tempo”. (BRANDÃO, 2006, p. 61). A estrutura da cidade, onde está inserido o elemento arquitetônico que nos abriga, torna-se extremamente importante para a construção do espaço da memória identitária e cultural, deve ser considerado também além dessa espacialidade, o contexto mais amplo da estrutura urbana e paisagística. Seria mais que necessária a proteção de todo entorno de um núcleo antigo para que ele não fique isolado, em uma redoma. A proteção deve ser dinâmica, os seus instrumentos idem; com revisão, atualização e monitoramento. As fotografias, os documentos, a memória oral, os vestígios arqueológicos, as vivências – tudo isso pode se constituir em subsídios para a recuperação de elementos que se perderam ao longo do tempo, por falta de manutenção ou mesmo de recursos financeiros, além da falta de política para tal. A espacialidade arquitetônica, urbanística e paisagística de Tiradentes é singela, diminuta, por isso mesmo requer cuidados, atenção e a aplicação devida de todos os instrumentos adequados para a sua proteção.

Importante, Tiradentes acabou de ganhar mais um instrumento para protegê-la: o “Tombamento do Conjunto Paisagístico da Serra de São José, com área de 1.366,92ha.”, efetivado através do Decreto 4.062, de 21 de dezembro de 2022, em conformidade com a “Lei Municipal nº 2.768, de 24 de janeiro de 2013, lei que estabelece as normas de Proteção do Patrimônio Cultural deste município.” A partir dessa nova proteção, a Prefeitura Municipal de Tiradentes deu início ao processo de criação do Parque Arqueológico da Serra de São José, a ser implantado no Terreno Maria Joana, conhecido também como Terreno do Mangue. Com mais essa legislação e mais essa unidade de conservação, o conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Tiradentes receberá mais atenção e proteção.

 

Luiz Antonio da Cruz


Agradecimentos: a Elton Belo Reis pelo envio da fotografia antiga da Rua da Trindade, ao Conselho Municipal de Políticas Culturais e Patrimônio, à Prefeitura Municipal, ao IPHAN, a Valter Ferreira e a Cecília da Cruz Barbosa.

 

Referências:

BRANDÃO, Carlos Antônio Leite. (org.) As cidades da Cidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

HALBWAWCHS, Maurice. A memória coletiva. Centauro, 2003.

Fundamentos e Proposta de Critérios e Normas de Intervenção. IBPC, 1994.

PAIVA, Rogério Geraldo de. Ruas de Tiradentes: memória hodonímica. Tiradentes: IHGT, 2019.

Comentários

  1. Achei ótimo. Ainda bem que em Tiradentes ainda se preocupam com a.preservação urbana e paisagística.Minha antiga cidade de Sabará se encontra totalmente desfigurada. Na que desapareceu pode ser recomposta. Pelo menos no papel. Só fica " um retrato na parede", como diz a Drumond, referindo-se à Itabira.

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    1. Caro José Bouzas, muito obrigado por suas observações. Para a proteção do Patrimônio, torna-se elementar considerar as questões urbanísticas e paisagísticas, não bastar proteger uma edificação e colocá-la na redoma. A proteção da Paisagem é elementar. Apesar de tudo, Sabará uma cidade muito bonita, porém, clama por socorro, principalmente pelas ocupações inadequadas ou indevidas. Receba meu abraço.

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  2. Muito obrigado por sua presença aqui. Não tem sido fácil a luta pela preservação em consequência da especulação imobiliária. Os instrumentos de proteção precisam ser colocados em prática e evitar a descaracterização das cidades mais antigas, como Tiradentes e tantas outras. Abraço

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  3. eltonbeloreis70@gmail.com16 de maio de 2023 às 20:44

    Sensacional! Dia a dia....passo a passo...
    Assim Tiradentes reconstrói a história. Quando me refiro a Tiradentes, refiro a personalidades encarnadas na cultura, resgatando e nos fazer viver o passado no presente.
    Obrigado por compartilhar ...

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    1. Amigo Elton, meus agradecimentos a você pelo envio da fotografia de Tiradentes, que aparece a casa onde nasceu nossa avó Carminda. Dessa edificação conheci apenas os alicerces, soleiras, socos e a divisão dos cômodos. Uma pena, tudo ficou comprometido com o parcelamento do terreno. Parece que essa fotografia do seu acervo é o único registro da casa. Gratidão.

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  4. Quanta riqueza! Tiradentes merece todo cuidado. Obrigada Luiz.

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    1. Muito obrigado por sua presença aqui. Nossa querida Tiradentes é linda e tanto quanto é o nosso Patrimônio Humano. Tudo está entrelaçado e fazendo parte de um conjunto, que como você disse: "merece todo cuidado". Abraço

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