GRIMPA: elemento

arquitetônico e paisagístico

 

Chega mais perto contempla as palavras.

Cada uma

tem mil faces secretas sob a face neutra

e te pergunta, sem interesse pela resposta,

pobre ou terrível, que lhe deres:

                                  Trouxeste a chave?

 

Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo.

 

  

Grimpa da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens (1758). Rio de Janeiro-RJ.

Fotografia: Luiz Cruz, 2020.

 

 

GRIMPA - S.S. bandeira, ou figura de metal plana, que se põe para remate nas torres e alto do edifício; valeta, § s. cume, o auge [...]

BLUTEAU, Rafael. Dicionário da Língua Portuguesa. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1789, p.670.


grimpa [gripa]. s.f. (Do fr. Ant. guimple). 1. Lâmina móvel do cata-vento. 2. Parte mais elevada de uma coisa. = COCORUTO, CRISTA, CUME, PÍNCARO. 3. Gir. Cabeça, fronte. 4. Bras. (S). Ramo de pinheiro. [...]

grimpar [grimpár]. v. (Do fr. grimper ‘trepar’, ‘subir’. [...].

Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea. Academia das Ciências de Lisboa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Editorial Verbo, 2001, v. II, p.1940.


 

GUIMPE n.f. (du francique wimpil). 1. Anc. Pièce de toile encandrant l visage au XIIIe s. et longtemps conservée dans le constume de certaines religieuses; lingerie très fine couvrant le buste, portée au XVIe s. sous la robe largement décolletèe. [...]

                         Le Petit Larousse Illustré, 2010. Imprimé en France, 2009. p.486.

 

           GRIMPA

Ornato, geralmente de folha de metal, que aparece no remate das TORRES de igrejas ou na parte mais alta das edificações.

                         Glossário do Patrimônio de Tiradentes-MG, Tiradentes: IHGT, 2015, p.79.

 


A palavra grimpa pode ter significados diferentes. Em nossa casa, na Rua Direita, no centro de Tiradentes, na “horta” tínhamos muitas árvores. O desafio da meninada era subir até a grimpa delas. A preferida era o caquizeiro, por ser mais alto e mais vertical, atingir o seu cume constituía uma conquista. Bem embaixo do caquizeiro ficava o poço da casa, todo revestido de pedra, com muita avenca, girinos e até uns peixinhos. Um dia nosso pai sonhou que o filho mais novo caiu no poço; então, levantou e providenciou o seu soterramento. Tempo depois, o caquizeiro morreu. Perdemos nossa árvore predileta. Agora, tanto a grimpa do caquizeiro quanto o poço são lembranças de meninos acumuladas em nossas memórias.

Já adolescentes, circulávamos por todos os cantos da cidade. Entrávamos na Casa da Almas, ou Casa da Madeira – na verdade era a Casa da Fábrica da Matriz de Santo Antônio de Tiradentes. A edificação nos assombrava pela dimensão, decrepitude, arruinamento e o forte odor bolorento. Na Casa da Fábrica se atirava tudo que não estava mais em uso, tinha verdadeira montanha dos mais variados objetos: fragmento de corpo de santo de roca, braço de santo, cadeiras quebradas, genuflexório roto, bancos, caibros, barrotes, panos velhos, jarras, vidros, coroas de defuntos – com flores e folhas de metal esmaltados, com vidrilhos coloridos, um sino inteiro, bacia, badalo e corpo, mas com um buraco, o que o retirou de uso. No meio da tralha toda, lá estavam umas telhas vitrificadas, no tom verde escuro, a nos lembrar a conhecida louça de Saramenha. As vezes pensamos em pegar algo e levar para casa, mas como chegar lá e explicar para nossa mãe que trouxemos da Casa das Almas. Levaríamos uma surra e teria que ir lá devolver. Anos depois, retornamos à essa edificação e o ambiente estava desobstruído, não havia mais nada. – Onde aquilo tudo foi parar? – Ninguém sabe...

Provavelmente, as telhas vitrificadas seriam das torres da fachada da Matriz de Santo Antônio. As matrizes mineiras, da primeira metade do século XVIII, seguiram o mesmo padrão, fachadas desprovidas de ornamentação, frontão triangular, torres quadradas cobertas por telhado em quatro águas. Exatamente como as matrizes de Nossa Senhora da Conceição, de Sabará ou a de Santo Antônio, de Santa Bárbara. Não há imagem da fachada da matriz da Vila de São José, o registro mais antigo é um desenho de Johann Moritz Rugendas (1802-1858), de 1824; porém, com a fachada nova, executada a partir de 1810, que foi o último projeto arquitetônico assinado pelo Mestre Aleijadinho – Antônio Francisco Lisboa (1737-1814).

Nas torres da fachada da matriz da Vila de São José, existiram grimpas, executadas por ferreiro, conforme o pagamento por este trabalho e aos pintores e douradores pelas atividades realizadas nestes elementos:

 

João Fernandes Braga

1736/1737 – Recebeu 199$500 “de fazer as esferas varoens, ecruzes das grimpas”. (Lº 2º. Fls; 6 v., “Receita e Despesa” da Irmandade do S.S. Sacramento).


                        Francisco da Silva

1737/1738 – Recebeu 12$800 “de dourar epintar a esferas e grimpas”. (Lº 2º de “Receita e Despesa” da Irmandade do S.S. Sacramento, 15 v.).

 


Luiz da Silva

1757/1758 – Recebeu 21$150 “de dourar as grimpas e dar óleo na simalha”. (Lº cit., fls. 140).

 

(MARTINS, 1974, v. I, p. 120, v. II, p.227,239).

 

A Irmandade do Santíssimo Sacramento, a construtora da matriz, mandou confeccionar, instalar, dourar, pintar e realizava a manutenção da grimpas. Destes elementos restaram apenas as informações históricas.

Duas fotografias da década de 1930 e 1940 registraram grimpas que existiram em Tiradentes, na Capela de São João Evangelista e na Casa Padre Toledo. Na primeira, era uma cruz latina, de ferro batido, instalado no cume da fachada e ladeada por pináculos, ambos desapareceram com as obras sucessivas. A Casa Padre Toledo recebeu obra de monumentalização a partir de 1917, com a adaptação do torreão em “chalé”, com telhado em três águas, lambrequins e a grimpa. Obra executada por influência das novidades construtivas implantadas na região, a partir da arquitetura ferroviária. Na década de 1940, o então SPHAN, realizou obra de restauração nesta edificação e devolveu suas soluções arquitetônicas setecentistas.

 

Capela de São João Evangelista e Casa Padre Toledo. Tiradentes-MG. Fotografia de Ferber, acervo APM – Arquivo Público Mineiro, s/d, possivelmente década de 1930.


 

Casa Padre Toledo com sua fachada monumentalizada e grimpa.

Tiradentes-MG. Fotografia: acervo ACIPHAN-RJ, década de 1940. 

 

A Vila de São José, atual Tiradentes, perdeu suas grimpas, que são elementos arquitetônicos e componentes da paisagem. Recentemente, no Centro Cultural Tamanduá, construído pela multiartista Dorothy Lenner, encontra-se uma grimpa catavento, a haste tem as letras indicativas da direção: N / S e L / O, a seta direcional e sobre ela um sikh, um indiano a ostentar flâmula a apontar a direção do vento – o “sique” tem a função de proteger e cuidar da casa, onde é instalado. Lenner o desenhou e encomendou ao artesão Conte, de Serra Negra-SP, especialmente para esta edificação. Grimpa com policromia, os trajes do personagem receberam cores, onde se destacam estrelas e tem seu turbante azul volumoso, destacado por linhas.

 

Grimpa catavento do Centro Cultural Tamanduá. Tiradentes-MG.

Fotografia: Luiz Cruz, 2018.

 

As grimpas surgiram há tempos longínquos, em tantos lugares e seria difícil pontuar suas origens, mas é certo que desde os primórdios de Minas, estiveram presentes em nossas edificações religiosas e civis. Elemento raramente citado por pesquisadores da história da arquitetura brasileira, mas merecedores de atenção, principalmente para assegurar sua preservação como bens integrados às edificações.

Finalmente, Minas Gerais acabou de ganhar um belo presente, o trabalho do restaurador e pesquisador Gustavo Bastos Bonfim, sob o título: Na direção dos ventos nas alterosas: estudo iconográfico e inventário das grimpas nas igrejas setecentistas de Minas Gerais, apresentado como TCC junto ao Instituto Federal de Minas Gerais, Campus Ouro Preto, sob a orientação do professor dr. Alex Bohrer. Trabalho da maior relevância para a compreensão da expressividade deste elemento em nossas edificações, desenvolvido nos últimos três anos e executado com acuidade, logo transformado em referência sobre o tema. Conforme destacado por este autor, o elemento pode ser:

 

feito em chapas metálicas cortadas e soldadas, que além de ser uma peça em grandes proporções, o que amplifica a área de tomada dos ventos para que a mesma rotacione, também possui o mecanismo de giro, que é sempre implantado no verso da figura. (BONFIM, 2023, p.20).

 

Além de nos apresentar as possibilidades, materiais, iconografia, situação de conservação, o pesquisar inventariou as grimpas setecentistas de Minas Gerais. Trabalho necessário, com bom resultado e inspirador.

Há grimpa para todos os gostos, mas a esfera armilar é elemento tridimensional que propicia volumetria e charme, mas encontramos representações como a águia, agulha, árvore, bulbo, corneteiro, coroa, dragão, espada, estrela, fênix, flâmula, fogo, galo, globo, lira, lua, raios, seta, sol, mas o preponderante mesmo é a cruz, por ser a que mais identifica a edificação religiosa e cada um tem sua significação iconográfica. (LURKER, 1997).

 

Diamantina e a paisagem das grimpas

Conforme ocorreu em Tiradentes, a matriz diamantinense, de cerca de 1750, passou por obras, acabou demolida e o novo templo foi monumentalizado. Porém, mesmo com nova solução arquitetônica, a atual Catedral de Santo Antônio mantém suas grimpas, com a esfera armilar.

A Capela de Nossa Senhora da Soledade, edificada por Bernardino V. do Couto, também conhecida por Capela dos Bambães, teve torre única e grimpa, com a esfera armilar. Por falta de manutenção, a edificação acabou em crítica situação de conservação e foi demolida, em 1918, por determinação do prefeito F. Neto Mota.

 

Matriz de Santo Antônio, com sua torre única, telhado em quatro  águas e grimpa. Edificação demolida. Diamantina-MG. Fotografia s/d e sem autoria. (COUTO, 1954, p.60A).

 

 

 Capela de Nossa Senhora da Soledade, ou Capela dos Bambães. Edificação demolida em 1918. Diamantina-MG. Fotografia s/d e sem de autoria. (COUTO, 1954, p.66A).


Atual Catedral de Santo Antônio, com suas torres e grimpas. Diamantina-MG.

Fotografia: Luiz Cruz, 2008.



                            

 Capelas de São Francisco e Nossa Senhora do Amparo,

com suas torres e grimpas. Diamantina-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2008.


No conjunto de grimpas de Diamantina predominam as esferas e os galos. Mas na torre da Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos encontramos uma das mais elegantes de Minas Gerais. Instalada no coruchéu de madeira, com a esfera armilar, a águia bicéfala, coroa e cruz. A ave é representada com cauda, asa e pés abertos, cada cabeça para um lado e a receber a coroa vazada; solução das mais interessantes a se destacar na paisagem arquitetônica diamantinense. Á águia bicéfala é elemento presente em diversas soluções arquitetônicas brasileiras, encontradas em chafarizes, lavabos, púlpitos, objetos e tetos pintados. Tem sido tema de estudos do pesquisador Jaelson Bitran Trindade e com ele aprendemos a apreciar esta representação.

 

Grimpa da Capela de Nossa Senhora dos Homens Pretos, Diamantina-MG.

Fotografia: Luiz Cruz, 2008. 


 

Grimpas nas paisagens de São João del-Rei 

Uma das mais sólidas, monumentais e elegantes edificações da arquitetura colonial mineira é a Capela de Nossa Senhora do Monte Carmelo de São João del-Rei. Toda estruturada com elementos rochosos, com destaque para os blocos de xisto esverdeados, tem torres esbeltas, cúpulas bulbosas e nelas as grimpas.

Em fotografia do acervo do ACIPHAN-RJ – Arquivo Central do IPHAN, encontra-se fotografia desta igreja, provavelmente da década de 1940, nela a grimpa está sobre o coruchéu, com a esfera armilar e a cruz latina. Posteriormente, acrescentaram o galo e a águia.

Destas torres, os sinos carmelitas travam intensos diálogos com os das demais igrejas, as paisagens se fundem, a arquitetônica e a sonora. Toda atenção é pouca para aproveitar os detalhes que estes bens integrados nos possibilitam.

 

Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, São João del-Rei-MG.

Década de 1940. Fotografia acervo ACIPHAN-RJ.

 

 

Aspecto da fachada frontal da Capela de Nossa Senhora do Carmo e suas grimpas.

 São João del-Rei-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2018. 

           


Detalhes das grimpas da Capela de Nossa Senhora do Carmo, a águia e o galo.

 São João del-Rei-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2023.



Torre e grimpa da Capela de Nossa Senhora do Carmo, parte sem revestimento, com
 os blocos rochosos da forma bulbosa a vista e a Serra de São José ao fundo. 
São João del-Rei-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.

 

São João del-Rei ainda possui outras grimpas, mas merecem destaque as peculiares soluções aplicadas à ornamentação da Estação da EFOM – Estrada de Ferro Oeste de Minas, com o uso de chapas metálicas, para as grimpas e demais detalhes. Este recurso propicia leveza à toda estrutura em ferro da estação, com desenho apurado e harmonioso.


 

Fachada lateral da Estação da EFOM, com grimpa. São João del-Rei-MG.

Fotografia: Luiz Cruz, 2016.




Fachada lateral da Estação da EFOM, com grimpa. São João del-Rei-MG.

Fotografias: Luiz Cruz, 2016.


O dragão de sete cabeças 

A Matriz de Nossa Senhora da Conceição, da Vila Real de Sabará, teve inauguração em 1710 e figura dentre as primeiras de Minas Gerais. Sua fachada segue os padrões das matrizes pioneiras, como a Sé de Mariana. É desprovida de ornamentação, tem frontão triangular ondulado – no tímpano figura um óculo obturado com uma estrela de cinco pontas e torres quadradas, com telhado em quatro águas e sobre elas as grimpas. Estas são das mais vinculadas às representações da padroeira, a Virgem da Conceição, devoção bem arraigada em Minas Gerais. A grimpa se constitui da esfera armilar, o dragão alado de sete cabeças, a lua, o sol, a estrela – símbolos da Litania de Nossa Senhora, e a rematar a cruz latina em ferro batido. O dragão se destaca na composição, por sua representação mais horizontalizada, curvada e com o rabo em ponta de lança. Da cabeça maior, o ser ostenta um objeto, “parece uma bola flamejante” (BONFIM, 2023, p.37), mas pode parecer uma flor a ser oferecida à Senhora da Conceição.


 

Fachada frontal da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, 1710.

 Sabará-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.

 

 Grimpa da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, 1710.

 Sabará-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.



Detalhe da grimpa, corpo do dragão alado de sete cabeças, na maior

um objeto que pode ser uma flor. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.

 

A Capela de Nossa Senhora do Ó com sua achada singela e torre única com telhado em quatro águas, também foi dotada de grimpa. Porém, mais simplificada que a da matriz, com o dragão de sete cabeças (mas aqui aparecem oito), na maior delas com um objeto na boca – talvez seja uma flor; seu corpo se horizontaliza e a ponta é triangular, bem definida, além da lua, o sol e a cruz latina com raios.


 

Fachada lateral da Capela de Nossa Senhora do Ó, com sua grimpa,

 Sabará-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.


Corpo do dragão de sete cabeças, grimpa da Capela de Nossa Senhora do Ó,

Sabará-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2023. 


 

Ao passar por Ouro Preto e Mariana 

Nas duas cidades setecentistas encontramos soluções de grimpas esbeltas e elegantes. Na Capela do Senhor do Bonfim, bem próximo à Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar ouropretana, há um excelente exemplar. Alguns elementos se repetem em tantas outras, mas aqui bem distribuídos na haste, com a esfera armilar, uma águia com as asas entreabertas e seu penacho, a coroa tridimencional vazada e a cruz latina raiada. O conjunto recebeu pintura em verde colonial.

A que tudo indica, parece que em Vila Rica, as grimpas em ferro devem ter causado danos, pela possibilidade de “atrair raios”, conforme registrado sobre a da cadeia:

 

Em novembro de 1799, quando já estaria terminada a construção de pedra da tôrre do relógio, deliberaram os oficiais  da Câmara (Cód. 124-CM., fls. 23v.) <mudar a Grimpa e Globo da Torre dos Paços deste Concelho, que na forma do risco deveria ser de Ferro, ou Cobre para huma piramede de pedra atendendo que a obra de Ferro, pode vir a ser prejudicial por conduzir os Rayos, do quea de pedra, e por puder esta rezistir mais as injurias dos tempos.> (LOPES, 1955, p.237).

 

Atualmente, quase todas as edificações já foram dotadas com para-raios para a segurança, principalmente as mais representativas em termos de arquitetura e ornamentação.




Grimpa da Capela do Senhor do Bonfim, bairro do Pilar. Ouro Preto-MG.

Fotografia: Luiz Cruz, 2019.

 

 

Detalhe da águia da grimpa da Capela do Senhor do Bonfim, Ouro Preto-MG.

Fotografia: Luiz Cruz, 2023.

 

Nas edificações da sede do município de Mariana, coruchéus em rochas encimam as torres das igrejas, mas para se rematar o pelourinho, valeram-se dos recursos da esfera armilar e da coroa tridimensional vasada, a proporcionar ao monumento certa graça e leveza. 


     

 Pelourinho de Mariana, arrematado com esfera armilar e coroa.

Mariana-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2019.


No distrito marianense de Santa Rita Durão, nas torres da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, encontramos grimpas da maior elegância. A edificação tem fachada simples, com as torres quadradas, telhado em quatro águas, com coruchéu em elemento pétreo e a grimpa em metal.

Na longa haste inseriram a esfera armilar, o corneteiro e a cruz latina, inserida em circulo com estrelas. A composição peculiar valoriza a paisagem da localidade. Anjos corneteiros foram aplicados às soluções das gripas do Santuário do Senhor Bom Jesus, de Congonhas-MG.


 

Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, Santa Rita Durão. Mariana-MG.

Fotografia: Luiz Cruz, 2019.

 


Grimpa da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, Santa Rita Durão.

Mariana-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2019.


 

Grimpa com anjo corneteiro, Santuário do Senhor Bom Jesus.

Congonhas-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2020.

 

As grimpas fixas ou as com dispositivos para rotacionar, na ocorrência de vento, podem ser encontradas em diversas municipalidades mineiras, inclusive na capital, na Igreja de São José, que tanto se destaca na paisagem belorizontina. A torre central com a cruz é ladeada por duas menores, em uma delas tem vazada a palavra ANNO e na outra a data 1911. A Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, do Arraial do Curral Del-Rei, origem da atual capital, teve sua fachada como outras matrizes mineiras setecentistas, com torres quadradas, cobertas por telhado e rematadas com grimpas. A velha matriz foi demolida e dela subsistem registros fotográficos.  Na Matriz de Nossa Senhora das Brotas, em Entre Rios de Minas, edificada no início do século XX, sob a influência das novas soluções arquitetônicas implantadas em Belo Horizonte,  também encontramos a grimpa.

 

Igreja de São José, com suas torres e grimpas. Belo Horizonte-MG.

Fotografia: Coleção Otávio Dias Filho, década de 1920.


 

Grimpas da Igreja de São José. Belo Horizonte-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2018.     



Detalhes das grimpas da Igreja de São José. Belo Horizonte-MG. Na da esquerda

a palavra ANNO e na direita a data 1911. Fotografias: Luiz Cruz, 2018.

 

 

Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem e suas grimpas, século XVIII, do antigo

Arraial do Curral del-Rei, atual Belo Horizonte-MG. Edificação demolida.

Fotografia: Coleção Otávio Dias Filho, cerca de 1911.


 

Matriz de Nossa Senhora das Brotas. Entre Rios de Minas-MG.

Fotografia: Luiz Cruz, 2023.


 

Passeio pelo centro de São Paulo 

Na década de 1820, ao passar por São Paulo, o viajante e artista francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848), desenhou a paisagem e lá ficaram registradas as grimpas das edificações paulistas.


 

Debret, Praça da Sé e Igreja de São Pedro, aquarela sobre papel, 1827.

 

Ao longo dos séculos, o núcleo urbano central de São Paulo passou por severas transformações urbanísticas e arquitetônicas. Mesmo assim, a metrópole conservou diversas de suas grimpas, algumas com soluções peculiares, outras singelas, mas todas acabam por se conformar elementos da paisagem paulista. Entre tantos prédios verticais é preciso olhar atentamente para observá-las.  Dentre elas a que mais se destaca pela imponente solução é a da Igreja de Santa Efigênia, com o seu volumoso galo tridimencional e a elevada altura da torre, onde se encontra.


Grimpa da Igreja de Santa Efigênia. São Paulo-SP. Fotografia: Luiz Cruz, 2022.

  

      

Galo da grimpa da Igreja de Santa Efigênia. São Paulo-SP.

Fotografias: Luiz Cruz, 2022.

 

O imponente Mosteiro de São Bento abriga soluções bem personalizadas para as suas grimpas. Nas duas torres centrais, figuram a cruz de Malta – que é associada à Ordem dos Cavaleiros de Malta, os Hospitalários.

 

 

Aspecto da fachada frontal do Mosteiro de São Bendo. São Paulo-SP,

grimpas com a cruz de Malta. Fotografia: Luiz Cruz, 2022.

 

Em um dos módulos do telhado, aparece uma grimpa com formato de árvore, enquanto em outro extremo figura uma lira, encimada por estrela de cinco pontas. 

 

     

 

Grimpas do Mosteiro de São Bendo. São Paulo-SP.

Fotografias: Luiz Cruz, 2022.

 

Ainda no centro da cidade, nas edificações civis, pode-se observar uma diversidade de grimpas. Algumas são bem singelas, com apenas longa haste em agulha, às vezes com remate como é o caso da torre da Estação da Luz, onde se abriga o Museu da Literatura Brasileira.  

       

Grimpas do Museu da Literatura Brasileira. São Paulo-SP.

Fotografias: Luiz Cruz, 2022.


No interior paulistano algumas edificações possuem grimpas. Aqui estão as de uma edificação bastante conhecida por milhares e milhares de romeiros que visitam Aparecida anualmente. Elas são das torres da velha Basílica de Nossa Senhora Aparecida, que tem fachada com elementos pétreos. A edificação pioneira teve a construção iniciada em 1768 e a atual foi inaugurada em 1888. A partir dos coruchéus, conformam-se as grimpas, com a esfera armilar (no momento com os elos desencontrados), o galo e a cruz latina raiada. Os galos são diferentes, o da esquerda simula um passo, no da esquerda não aparecem pernas e as penas do rabo são dentilhadas.

 


Antiga Basílica de Nossa Senhora Aparecida, com suas grimpas. Aparecida-SP.

Fotografia: Luiz Cruz, 2012. 

           

                      

      Grimpas da antiga Basílica de Nossa Senhora Aparecida.

            Aparecida-SP. Fotografias: Luiz Cruz, 2012.



Na paisagem carioca

Debret deixou diversos registros da vida sociocultural do Rio de Janeiro, em um de seus desenhos, ao observá-lo mais atentamente, apreciamos as grimpas do Convento de Santo Antônio e da Capela da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, do Largo da Carioca. Dentre desenhos, aquarelas, litografias e fotografias mais antigas vamos encontrar as grimpas cariocas.

 

Detalhe de desenho de Debret, Largo da Carioca, cerca de 1816/1830.

Acervo Museu Castro Maya, Rio de Janeiro-RJ. 


 

Grimpa do Convento de Santo Antônio, Largo da Carioca.

 Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz, 2021. 

 

Na fachada do convento, até o presente, conserva-se a grimpa, sobre a sineira, composta por esfera, o galo e a cruz latina, afixados em haste longa. Próximo a este conjunto, localiza-se uma das mais imponentes edificações do Rio de Janeiro, a Igreja de São Francisco de Paula – obra iniciada em 1759, por iniciativa da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula e concluída em 1801. Tem as fachadas externas em elementos pétreos. Em suas torres bulbosas, no cume, instalaram grimpas,  a partir de elementos fitomórficos – uma flor-de-lis, um círculo com Ss vazados, superposto pela representação de ave, poderia ser uma águia estilizada e acima dela a cruz latina em ferro batido, vazada e raiada.


 


Igreja de São Francisco de Paula, Largo de São Francisco.

Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz, 2021

 

 

Grimpa da Igreja de São Francisco de Paula. Rio de Janeiro-RJ.

Fotografia: Luiz Cruz, 2021.


A majestosa Igreja de Nossa Senhora da Candelária, erguida com materiais rochosos, tem suas torres ornamentadas com grimpas. Acima do coruchéu em pedra, está um globo, a seta direcional e a cruz latina. No frontão, no acrotério, a cruz latina em ferro batido ganhou destaque, enquanto para rematar a ornamentação da cúpula central, sobre o laternin, estão o globo e a cruz latina. A ornamentação da Candelária nos causa impacto, por sua expressiva monumentalidade.

 

 

Fachada frontal da Igreja de Nossa Senhora da Candelária (1775).

Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz. 2021

 

 

 Torres, grimpas, cruz do acrotério e remate da cúpula central, Igreja da Nossa Senhora

 da Candelária. Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz. 2021.

     


Grimpa, cruz do acrotério e remate da cúpula central, Igreja da Nossa Senhora

da Candelária. Rio de Janeiro-RJ. Fotografias: Luiz Cruz, 2021.

 

Já na Avenida 1º de Março, num autêntico complexo de edificações religiosas, destacam-se as igrejas da Ordem Terceira de  Nossa Senhora do Carmo e a de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. Edificações de significativa monumentalidade que de tão próximas os volumes se confundem.

Nas torres da edificação dos terceiros, sobre os coruchéus pétreos, instalaram  grimpas, bulbos, o galo tridimensional e a cruz latina.

 

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 Torres das igrejas da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e da Sé Antiga, 

centro. Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz, 2021.


Cúpula da torre e grimpa, Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo.

 Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz, 2021. 

 

Pouco mais adiante, na Praça XV, ou Largo do Paço, existiu um chafariz, que foi substituído por outro, em 1789, executado pelo afamado Mestre Valentim – Valentim da Fonseca e Silva, nascido no Serro-MG, a 13 de fevereiro de 1745 e falecido no Rio de Janeiro, a 1º de março de 1813. Construído em granito, tem forma piramidal, balaustrada, pináculos com fogaréus e placas em lioz portuguesa. Tudo rematado por uma esfera armilar em ferro, como as empregadas nas grimpas das igrejas.


                                    

                                           Esfera armilar, Chafariz da Praça XV, ou do Largo do Paço,

                                obra executada pelo Mestre Valentim, em 1789, centro, Rio de Janeiro-RJ.

                                                                  Fotografia: Luiz Cruz, 2020.


         

Chafariz da Praça XV, ou do Largo do Paço, obra executada pelo

Mestre Valentim,  em 1789,  centro, Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz, 2020.

 

Ao afastar um pouco do centro da cidade, no bairro Glória, está a igreja dedicada à Nossa Senhora da Glória do Outeiro (1714-1739). Instalada no topo de uma colina, a imponente edificação é um dos elementos mais marcantes da paisagem carioca.  Com torre única e central, destacada por elementos pétreos, nela se encontra a grimpa – um galo tridimensinal, com detalhes vazados entre as penas da cauda, bem junto ao remate e a cruz latina.

A cidade é detentora de precioso patrimônio arquitetônico, mas disperso em sua malha urbana. Seria impossível apresentar todos elementos contemplados por grimpas, cataventos, coruchéus e pináculos. Igualmente é o interior fluminense, com seus bens culturais e tradições; porém, torna-se necessário apontar para Paraty, cidade litorânea com tantas peculiaridades e suas grimpas. 


 

Fachada frontal da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro.

Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz, 2021. 

 

Torre e grimpa da Igreja de Nosssa Senhora da Glória do Outeiro.

Rio de Janeiro-RJ. Fotografia: Luiz Cruz, 2021.


 

As grimpas da Villa de Paraty 

Na região ocupada pelos indígenas da etnia Tupinambás e Goianás, teve a primeira povoação portuguesa num morro, que atualmente é o Morro do Forte. Em torno da devoção à Senhora dos Remédios, acabou-se por conformar uma ocupação no século XVII, a Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty.  Após a descoberta do ouro nas Minas Gerais, Paraty se fortaleceu e se tornou o porto de escoamento do metal precioso. Região de belezas diversas, com um dos mais preservados conjuntos arquitetônicos do Brasil colonial e tem igrejas com grimpas.

Segundo o historiador e pesquisador Diuner Mello, as grimpas serviam de orientação para os pescadores, “sobre o tempo e os ventos antes de sairem ao mar”; em Paraty, as grimpas são conhecidas como “galo”.

       

    

Capela de Santa Rita de Cássia (1722), com sua torre e grimpa. Paraty-RJ.

Fotografias: Diuner Mello. 

 

A Capela de Santa Rita de Cássia teve construção iniciada em 1722 – numa iniciativa dos pardos libertos, com a invocação ao Menino Deus, Santa Quitéria e Santa Rita de Cássia. Implantada em largo amplo, deve ser o exemplar arquitetônico que mais expressa identidade à cidade. Estruturada com elementros rochosos, tem torre única, quadrada, com sineira e rematada por grimpa, constituída pelo globo, o galo e a cruz latina.

Em consequência da demolição da pioneira Matriz de Nossa Senhora dos Remédios e da Capela de São Roque, a Capela de Santa Rita de Cássia vem a ser a mais antiga da cidade e nela funciona o Museu de Arte Sacra de Paraty. 

 


    Capela de Nossa Senhora das Dores, com torre única e grimpa. Paraty-RJ.

Fotografias: Diuner Mello. 

 

A Capela de Nossa Senhora das Dores foi edificada para abrigar a imagem “Das Dores” procedente da demolida matriz. Também conhecida como “capelinha”, passou por obra de ampliação e reforma em 1901. Sua fachada é singela, com alguns elementos pétreos e a torre sineira quadrada, lateral, com cúpula bulbosa rematada por grimpa, com a esfera armilar, o galo e a cruz latina vazada e com as pontas recortadas.

As grimpas paratienses são ornamentos que contribuem para a conformação da paisagem arquitetônica e natural da cidade – que, por sua riqueza cultural e biodiversidade, tornou-se o primero sítio misto do Brasil a integrar a lista de Patrimônio Mundial, reconhecido pela Unesco. 

 

Nas grimpas do Nordeste do Brasil

Seria impossível abordar aqui estado por estado da vasta, rica e belíssima arquitetura do Nordeste brasileiro. Porém, por questões afetivas, estão grimpas de apenas duas cidades do Sergipe: Laranjeiras, Lagarto e outras mais significativas.

Caminhar pelas ruas do centro de Laranjeiras é experiência ímpar. É encontrar um patrimônio fabuloso e claro, edificações dotadas com grimpas, algumas simples, mas lá estão a enriquecer a arquitetura e pontuar a paisagem.  A Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Pardos foi implantada em largo amplo e com grande destaque. Sua fachada é singela, com torre única, lateral, em tramos de argamassa, preenchidos por azulejos. Sobre o coruchéu, o galo em chapa metálica se destaca. 

        


Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Pardos e sua grimpa.

Laranjeiras-SE. Fotografia: Luiz Cruz, 2016.

 

 

Fachada frontal da Matriz de Nossa Senhora da Piedade,

 com suas grimpas. Lagarto-SE. Fotografia: Luiz Cruz, 2016. 

 

Ao distanciar um pouco das cidades mais antigas, em Lagarto, na praça central, localiza-se a Matriz de Nossa Senhora da Piedade. Edificada com duas torres quadradas, com cúpulas bulbosas, sobre elas se destacam as grimpas, com a esfera armilar e o galo. Sem dúvida, parece uma igreja do interior mineiro.


Grimpa da capela do Convento de Santa Clara do Desterro, Salvador-BA.

Fotografia: Luiz Cruz, 2019.


Em Salvador-BA, na capela do Convento de Santa Clara do Desterro, em sua torre única, encontramos uma grimpa – um anjo alado, com pano esvoaçante, a ostentar uma custódia e um cajado.  Este é o mais antigo convento feminino do Brasil, fundado em 1677, pelas freiras clarissas vindas de Évora, Portugal. No interior da Bahia, grimpas podem ser observadas, mas em Cachoeira, uma das cidades mais aprazíveis do país, algumas delas se constituem apenas com uma estrela e são elegantes.



Grimpa da Igreja de João de Deus, Praça Dr.Aristides Milton, Cachoeira-BA. Fotografia: Luiz Cruz, 2019.        

                            

                                               

                                               

 Grimpa da torre única do Convento de São Bento, João Pessoa-PB. Fotografia: Luiz Cruz, 2019. 


Em João Pessoa-PB, na torre única do Convento de São Bento está a grimpa com um dos símbolos da iconografia da ordem beneditina: o leão e o cajado. Enquanto no Recife-PE, cidade que teve diversos registros de suas paisagens antigas, onde se observa a existência de diversas grimpas, delas ainda subsiste uma de significativo interesse. Ela se encontra na torre única da capela do Convento de Santo Antônio, que fica exatamente ao lado da Capela dos Noviços da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, mais conhecida como Capela Dourada – monumento dos mais visitados do Brasil. A grimpa se constitui de flama, recortada e vazada, com borlas esvoaçantes e o símbolo da ordem inserido: os braços cruzados, chagados de Cristo e de São Francisco e a Cruz. É uma bela grimpa.


Grimpa da capela do Convento de Santo Antônio, Recife-PE.

Fotografia: Luiz Cruz, 2020.


Torre única e grimpa da capela do Convento de Santo Antônio, Recife-PE.

Fotografia: Luiz Cruz, 2020.


Pelo Brasil afora, encontramos muitas edificações religiosas e civis dotadas com grimpas, outras com apenas coruchéus ou pináculos. Muitos destes elementos já se perderam, tantos outros estão aí aguardando atenção, cuidado, registro e estudos. Ideal mesmo é se fazer como o trabalho do pesquisador Gustavo Bastos Bonfim, delimitar certa área, investigar, inventariar e disponibilizar para que cada comunidade possa compreender a significância e a necessidade de se manter os bens integrados das edificações, todos e dentre eles, as nossas grimpas elegantes.

Luiz Antonio da Cruz


Agradecimentos: César Augusto Perillo Fernandes, Diuner Mello, Gustavo Bastos Bonfim, Maria José Boaventura, Sylvio de Vasconcellos (in memoriam).

 

Referência:

ALVIM, Sandra. Arquitetura religiosa colonial no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, IPHAN, Prefeitura do Rio de Janeiro, 1999, 2 v.

Belo Horizonte: bilhete postal Coleção Otávio Dias Filho. Belo Horizonte: Centro de Estudos Históricos e Vulturais, Fundação João Pinheiro, 1997.

BLUTEAU, Rafael. Diccionário da Língua Portuguesa. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1789.

BONFIM, Gutavo Bastos. Na direção dos ventos nas alterosas: estudo iconográfico e inventário das grimpas nas igrejas setecentistas de Minas Gerais. TCC apresentado junto ao Curso Superior de Tecnologia em Conservação e Restauro do Instituto Federal de Minas Gerais, Campus Ouro Preto, 2023.

CHING, Francis D.K. Dicionário visual de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1979.

COUTO, Soter. Vultos e feitos de Diamantina. Belo Horizonte: Imprensa Oficial 1954.

CRUZ, Luiz Antonio da. Boaventura, Maria José.Glossário do patrimônio de Tiradentes. Tiradentes: IHGT, 2015.

Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea. Academia das Ciências de Lisboa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Editorial Verbo, 2001.

Le Petit Larousse Illustré, 2010, p. 486. Imprimé en France, 2009.

LIMA, José Arnaldo Coelho de Aguiar. Imaculada Conceição da Virgem Maria. Mariana: Nihil Obstat & Imprimatur, 2011.

LOPES, Francisco Antônio. Os palácios de Vila Rica – Ouro Preto no ciclo do ouro. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1955.

LURKER, Manfred. Dicionário de simologia. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

MELLO, Diuner. Et al. Paraty: cidade da gente – estudos regionais. Fortaleza: Didáticos Editora, 2022.

MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artífices dos sécculos XVIII e XIX em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Publicações do IPHAN, MEC, 1974.

RODRIGUES, José Wasth. Documentário arquitetônico relativo à antiga construção civil no Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, São Paulo: Ed. da USP, 1979.

VASCONCELLOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: sistemas construtivos. Belo Horizonte: UFMG, 19779.

Comentários

  1. Trabalho maravilhoso e elucidativo. Realmente as gripas ou os "galos" da grimpas de Paraty nunca foram objeto de estudo histórico e arquitetônico, assim com tantas outras Brasil afora. Amei este trabalho, suas colocações e informações. Muito obrigado por nos informar sobre elas, porque muito aprendemos com este seu trabalho meticuloso e altamente perfeito. Parabéns Luis. Diuner Mello

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    1. Diuner Mello, muito obrigado por sua presença aqui, pelo registro tão generoso, mas sobretudo por seu apoio e colaboração. As grimpas estão pelo Brasil afora, mas precisam de atenção e proteção. As de Paraty são lindas e suas fotografias ficaram ótimas, foram feitas exclusivamente para este ensaio. Muito bacana. Abraço daqui de Tiradentes para você aí em Paraty.

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