A arte da ferragem

 

[...]

Só trabalho em ferro forjado

que é quando se trabalha ferro

então, corpo a corpo com ele,

domo-o, dobro-o, até o onde quero.

[...]

Forjar: domar o ferro à força,

Não até uma flor já sabida,

Mas ao que pode até ser flor

Se flor parece a quem o diga.

 

João Cabral de Melo Neto, O ferrageiro de Carmona

 

Dobradiça, Passo da Paixão da Rua Direita, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.

 

A arte da ferragem é um dos componentes essenciais da arquitetura colonial brasileira. Ela está presente nos mais diversos exemplares arquitetônicos, nas matrizes, capelas, passos, chafarizes, aquedutos, pontes, casarões, casas e cadeias. Cada peça traz consigo uma longa história deste fazer, que vem de tempos longínquos; mas até o presente, homens talentosos e persistentes conseguem manter esta tradição, a produzir peças primorosas.

Desde que o homem dominou o uso do ferro, a arte da ferragem passou a integrar o cotidiano de inúmeras comunidades. O imperador romano Carlos Magno (742-814) reconheceu o trabalho dos ferreiros, muito além de uma produção doméstica e passou a valorizar tudo que podiam executar, inclusive as espadas, armaduras, elmos, pratos. Porém, para produzir adequadamente e obter reconhecimento, demandava tempo:


o ferreiro aprendeu seu ofício com o Mestre, que frequentemente empregava vários aprendizes desde tenra idade. A promoção de aprendiz a Mestre não era de forma alguma garantida e dependia inteiramente de ser notado como um trabalhador talentoso que provavelmente seria digno de patrocínio ou de emprestar dinheiro. O próprio Mestre teria subido na hierarquia dessa maneira, que visava forjar os melhores ferreiros, bem como regular o número de trabalhadores, a fim de reduzir a concorrência e preservar o prestígio do negócio. (Ridgway, 2021).

 

O ferreiro e a forja se tornaram expressivos para a Idade Média, a prosperar o comércio e contribuir para a manutenção da segurança. Tanto que foi concedido a eles representação e direito de ser membro do conselho, da cidade alemã de Dinkelsbuhl, a partir de 1387. Foi o reconhecimento do fazer e do domínio dessa arte, como um bem doméstico e de importância para segurança.

 

Aldrava, Rua Bias Fortes, Bairro Cascalho, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.


Trinco e espelho de fechadura, Rua Padre Toledo, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.

    


Aldrava e espelho de fechadura, Rua Padre Toledo, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2024.

 

Nas Minas Gerais do século XVIII e XIX atuaram diversos ferreiros, a maioria vinda de Portugal em busca de oportunidades de trabalho. Com eles trouxeram o domínio da arte da ferragem, já amplamente difundida no Reino. Um destes mestres ferreiros foi Antônio Alves, que em 1746, arrematou as “ferragens da Cadeia” de Mariana, a primaz de Minas (Martins, 1974, v. I, p.31).  Já na antiga Vila de São José – a atual Tiradentes, o registro mais antigo de um ferreiro data de 1733: Jacinto Rodrigues Oliveira, “natural da cidade de Braga, morador nesta villa de S. José, homem casado, oficial de ferreiro, de edade de 42 annos”. (Martins, 1974, v. II, p.88).

Para as obras de acrescentamento da Matriz de Santo Antônio, o ferreiro João Fernandes Braga, entre 1736 e 1737, recebeu “de fazer as esferas varões, ecruzes das grimpas”. Neste mesmo período, o ferreiro natural de Braga, Luiz Gomes do Couto, recebeu “de apontar a ferramentas dos pedros.” Entre 1738 e 1739, Domingos Alz. recebeu pagamento “de aponta a ferramenta”. Já o ferreiro Jacinto Gonçalves recebeu “de fazer os varões dos Anjos”.  De 1739 a 1740, João Ferreira recebeu “aconta da ferrage q. foy mais necessrª pª das 3 janelas do coro”, porém ele faleceu antes de receber o restante. As ferragens para as janelas e grimpas desapareceram, pois ocorreu obra de modernização da fachada da Matriz, com a execução do risco de autoria do Mestre Aleijadinho, de 1810.

Para que se pudesse atuar como oficial mecânico, era necessário portar a carta de autorização que comprovava as habilidades, conforme o registro de Manoel Esteves São Francisco, morador de São José, ... “homem branco, casado, natural de São Tiago de Penso, Arcebispado de Braga, de edade de 75 annos, que vive do seu ofício de ferreiro”. (Martins, 1974, v. II, p. 212).

Com o passar do tempo, tornou-se praticamente impossível identificar quais peças estes ferreiros executaram. Na Matriz de Santo Antônio podemos encontrar diversos elementos da ferragem, praticamente todos são originais do século XVIII, as dobradiças, os trincos, as borboletas, puxadores, fechaduras e chaves. Nos campanários, a ferragem é elementar para a montagem de cada sino, dos pequenos aos grandes. Não há como ter o sino sem o seu corpo e toda a estrutura em ferro para sustentar a bacia em bronze. Claro, não pode faltar o badalo, que precisa de desenho e peso adequados ao peso do sino.   

 


Badalos de sinos, Oficina do IPHAN, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2017. 

   

Badalos e ferragens de sino. Oficina do IPHAN, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2017.

 

O sino e suas partes, inclusive as de ferragem. Fonte: Cruz, Boaventura, 2016, p. 103.

 

No Chafariz de São José, datado de 1749, a ferragem também foi aplicada, na junção dos blocos rochosos, usaram as unhas de gato, peça de ferro batido, fixada com chumbo. Elas foram empregadas ainda nos blocos do banco mureta do chafariz, para conectar e assegurar a estabilidade.  Na balaustrada em pedra sabão, do adro da Matriz de Santo Antônio, as unhas de gato chumbadas são elementares para afixação dos elementos rochosos e a segurança.

 

Unha de gato, tanque do Chafariz de São José, 1749, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.


Unha de gato, balaustrada do adro da Matriz de Santo Antônio, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2010.

 

A antiga Cadeia de Tiradentes foi contemplada com imponente e robusto conjunto de grades de ferro batido, obra do ferreiro Manoel Luiz Santana. A edificação toda em elementos pétreos ganhou mais solidez e segurança com os complementos em ferragens. Cada cela possuía duas portas, uma de ferro batido e outra de madeira, com abertura pequena. Nas enxovias, parte térrea e escura, para abrigar presidiários por crimes graves, periculosos, ou ainda os indisciplinados, as pequenas aberturas receberam grades pequenas e simples.

    


Grade em ferro batido e detalhe, Antiga Cadeia de Tiradentes-MG, hoje Museu de Sant’Ana. 
Fotorafias: Luiz Cruz, 2022.

 

Porta em ferro batido, Antiga Cadeia de Tiradentes-MG, hoje Museu de Sant’Ana. Fotorafia: Luiz Cruz, 2022.

 

Durante certo período, a Cadeia de São José funcionou na sala térrea da Câmara Municipal, com chão de terra batida, parede com blocos de pedra e de moledo, onde se observa uma grade bem mais rústica. 


 

Grade da cela da Câmara Municipal de São José, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2000. 

 

Muitos ferreiros de Tiradentes passaram a trabalhar nas oficinas de ourivesaria, onde os tiradentinos, desde a tenra idade, começavam as atividades para ganhar dinheiro e ajudar na subsistência familiar. Um destes ourives foi o Mestre Zinho, Luiz França, que trabalhou na Oficina de Ourives Santíssima Trindade, de Francisco Barbosa Junior, mais conhecido como Chiquinho do Correio. Mais tarde, com a decadência do artesanato de prata, Luiz França foi trabalhar no “Casarão”, em São João del-Rei-MG, do “Fábio da Funerária”. Ele fazia o acabamento das peças metálicas paras as urnas em madeira e entalhadas. Além dele, os entalhadores Tadeu Humberto Silva e Expedito da Cruz Santos, o fundidor Antônio Paiva, popularmente conhecido como “Projeto”, lá atuaram. Nos fundos do “Casarão”, ficava a fundição e foi lá que Luiz França fez suas primeiras peças de ferro batido, trincos e puxadores. 

 

Detalhes de ferragens da Oficina do Mestre Zinho, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2024. 

 

A partir das experiências de ourives que dominava bem e ao realizar as peças de ferragem, Luiz França decidiu investir no ofício de ferreiro. Começou com algumas ferramentas e uma bicicleta, ia para São João del-Rei comprar partes de carros velhos desmontados. Colocava tudo em cima da bicicleta e trazia para sua oficina, passava horas consecutivas no fazer, até acabar o material. Além de usar reciclados, precisava aproveitar tudo. Teve um cliente que fazia baús de madeira, arrematados com as suas ferragens, então, ia pessoalmente de bicicleta a Dores de Campos fazer a entrega; recebia e logo comprava mais material. O início foi árduo e os recursos financeiros reduzidos, para sobreviver e criar a família, por isso vivenciou momentos dramáticos.

Com o passar do tempo, veio a consolidação, ao mesmo tempo em que aprimorava o desenho e o acabamento das peças. Das dobradiças tradicionais a todos os apetrechos de ferragem artesanal para as casas.

                                                       


Mestre Zinho trabalhando em sua oficina de ferreiro, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2013.

   

Peças da Oficina do Mestre Zinho, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2023.

 

Zinho foi casado com Elizete Aparecida Silva e seus filhos Nonato e Dudu, desde o período da gestação, acostumaram-se com o barulho da oficina de ferreiro. Ainda bem pequenos, iniciaram suas jornadas para ajudar o pai.

Pouco a pouco, a oficina se tornava conhecida e sempre precisava de ajudante, por isso, muitos ferreiros aprenderam o ofício com Zinho. Veio o reconhecimento quando foi contratado pelo Sebrae-MG para ministrar cursos para jovens aprendizes. Alguns que passaram por sua oficina já até faleceram como o caso do Joel Rocha e do Valadão.

 

Mestre Zinho em sua oficina de ferreiro, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2024.


Ensinar é uma das habilidades de Luiz França, porque todos que passaram por sua oficina aprenderam o ofício e se tornaram exímios ferreiros. Mestre Zinho é um título merecido, de reconhecimento pelo domínio do fazer e por sua habilidade para ensinar.

Atualmente, Luciano da Silveira Lombello, seu enteado, também trabalha na Oficina do Mestre Zinho. Já domina perfeitamente bem o ofício de ferreiro, com os seus desenhos típicos.

 

Luciano da Silveira Lombello trabalhando na Oficina do Mestre Zinho, Tiradentes-MG. Fotos: Luiz Cruz, 2022. 


O ferreiro Nonato, filho do Mestre Zinho, mantém sua Oficina de Ferreiro no bairro Capote, no caminho que vai para o Bichinho. Com o pai aprendeu tudo do ofício, na sua própria oficina executa qualquer peça da ferragem colonial e também projetos de design exclusivos. Suas peças primam pelo bom acabamento. Ao passar por lá, pare e aprecie o trabalho deste ferreiro dedicado. 

 

 O ferreiro Nonato em sua oficina, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024. 

 

 Peças da Oficina do Nonato, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.

 

                 


Peça e placa da Oficina do Nonato Ferreiro, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2024. 

 

A Oficina Dudu Ferreiro, o outro filho do Mestre Zinho, está no bairro Mococa, onde se dedica ao ofício. Aprendeu tudo com o pai e agora, em carreira solo, faz todo tipo de trabalho com a ferragem, das grandes peças torneadas ao mais delicados detalhes para assegurar a elegânia e a originalidade dos desenhos tradicionais.

Nonato e Dudu são nosso primos, eles são netos da nossa saudosa Tia Lena, musicista e organista, pessoa de grande alma e que sempre presou a arte e a cultura local.

  

Dudu ferreiro em sua oficina, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.      

 



Peças da Oficina do Dudu Ferreiro e ele trabalhando, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2024.

  

Fotografia: Luiz Cruz, 2024. 

 

Com mais de 15 anos de atividade, a Oficina Ferraria Matriz é conduzida por Tiago José Rosa, que aprendeu o ofício de ferreiro com o Mestre Zinho. Ágil e habilidoso, logo sentiu vontade de criar o seu próprio espaço de produção. Tiago é bem conhecido, foi nosso aluno no Ensino Fundamental e Ensino Médio, sempre se destacou pelo comprometimento, respeito e educação. Foi aluno muito querido por seus professores.

Agora, produz as mais variadas peças da ferragem colonial, tudo com esmero e para deixar os seus clientes satisfeitos.

 

O ferreiro Tiago José Rosa em sua oficina, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024. 


 

 

   Oficina Ferraria da Matriz e suas peças, Tiradentes-MG. Fotografias: Luiz Cruz, 2024. 

 

Mostruário da Oficina Ferraria da Matriz, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024. 

 

José Carlos Silva montou sua oficina de ferreiro na Rua Santíssima Trindade. Ele representa a terceira geração consecutiva deste ofício. Seu pai, José Francisco da Silva, mais conhecido como Zé Ruela, foi ferreiro. Seu avô, José Benedito da Silva, o Zé da Abigail, vivia em uma casa na Rua Santíssima Trindade, nº 90, ao lado da Matriz de Santo Antônio, só trabalhava em sua oficina e produzia para os Barbosa. Ele foi ourives dos mais habilidosos da cidade. Homem curioso e fazia de tudo, desde armas até tachos de cobre. Nas horas vagas e nos serões, dedicava-se à ferragem. Zé da Abigail além das habilidades manuais era muito espirituoso e exímio contador de casos. Seu neto, José Carlos, herdou o fole e a bigorna do avô.

 

Mostruário da Oficina de José Carlos Ferreiro, Tiradentes. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.


Moldes da Oficina de José Carlos Ferreiro, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.

 

Zé Ruela sempre ajudou o pai nas tarefas e trabalhou nas oficinas de ourives, depois de certo tempo atuou como ferreiro, a executar as peças tradicionais e as encomendas especiais, uma delas foi o portão em ferro batido e chumbo, para a casa de Eros Conceição e Alice Ramalho Conceição. A obra teve como inspiração o portão lateral da Matriz de Santo Antônio, é boa referência de uma mão de obra dedicada e de pleno domínio da arte da ferragem. Na ocasião em que fez este portão, tudo foi realizado artesanalmente.

Zé Ruela produziu toda a ferragem da sua própria casa e nos mostra sempre para apreciarmos a qualidade do seu serviço.

 

Zé Ruela, em sua casa, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.


    

Portão em ferro batido e chumbo, obra do ferreiro Zé Ruela, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.

 

Janela da casa do Zé Ruela, com ferragens em estilo colonial, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.

 

Com orgulho, Zé Ruela nos exibe três peças do seu acervo, executadas por um dos maiores ferreiros que a cidade teve, o Capitão – João Paulo Trindade, filho do Velho Capitão – João Paulo da Paixão, que teve o mesmo ofício. O Capitão fez toda a ferragem para o Hotel Solar da Ponte, onde trabalhou por muitos anos. Numa exposição ocorrida no Museu de Sant’Ana, em Tiradentes-MG, registramos o filho do Capitão, Josué Trindade, todo encantado a observar os esmoleiros com as ferragens originais, o fazer do pai e do avô.  Para ser ferreiro dos bons é preciso ter vocação e amar esta atividade. O trabalho é pesado e ao mesmo tempo requer precisão para se obter bom resultado. Foi no Museu de Sant’Ana ao apreciar as ferragens e os olhos atentos de Josué que constatamos – as peças artesanais, antigas ou novas, contêm implicitamente memórias, podem despertar o senso de identidade cultural e de pertencimento de um local; ainda trazer reminiscências de um fazer de tempos remotos.

 

Trinco em ferragem, peça feita pelo ferreiro Capitão, acervo Zé Ruela, Tiradentes-MG. Foto: Luiz Cruz, 2024.

 

Josué Trindade a apreciar esmoleiros do século XVIII, com ferragens originais.Museu de Sant’Ana, Tiradentes. Fotografia: Luiz Cruz, 2023.

 

Com sua oficina no bairro Pacu, Vicente Trindade da Silva, mais conhecido como Soró, vive do ofício de ferreiro. Aprendeu tudo com o Mestre Zinho e toda a sua vida foi dedicada a este fazer. Das borboletas para guilhotinas de vidraças às aldravas, dos trincos aos portões de ferro e tudo bem-feito.

Ao circular pela Estrada Antiga, que liga Tiradentes a São João del-Rei, pare e conheça a produção deste habilidoso ferreiro.

Os netinhos do Soró já circulam por sua oficina e observam tudo. Parece que a tradição familiar pode ser mantida. 

 

Oficina do ferreiro Soró, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024. 

 



 O ferreiro Soró em sua oficina, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.

 

O ferreiro Soró com os seus netinhos em sua oficina, Tiradentes-MG. Fotografia: Luiz Cruz, 2024.

 

No centro antigo de Tiradentes é possível observar grande variedade de objetos da ferragem, os espelhos de fechaduras, trincos, os puxadores, as aldravas e dobradiças, muitos afixados com os cravos artesanais. Estas peças se destacam pelo desenho preciso e são executadas exatamente como era feito ao longo do século XVIII.

As fechaduras são bem atraentes e as chaves podem ser de ferro ou em metal amarelo. Das grandes chaves até as pequeninas foram utilizadas. Muitas delas se perderam, durante certas obras, frequentemente se acha objetos de ferragem antiga, dos cravos às chaves, sempre com os desenhos elegantes. 


Cravo antigo, acervo e fotografia: Luiz Cruz.

 


                                            Chaves e cadeado antigos, acervo e fotografia: Luiz Cruz.  

Chaves antigas, acervo e fotografia: Luiz Cruz.

 

Nos bairros de Tiradentes também encontramos diversas peças das ferragens coloniais, basta circular com mais atenção e poderá se observar a variedade de formas e soluções.

Interessados nessa produção podem entrar em contato com os ferreiros, mas só os acionem caso queiram conhecer a produção deles, podendo optar pelas formas tradicionais herdadas do século XVIII, ou pelas peças mais modernas. 

 


  

Puxadores, espelhos e aldravas, com desenhos mais modernos e os tradicionais, Tiradentes-MG.

 Fotografias: Luiz Cruz, 2024. 

 

Os produtores culturais que mantêm suas oficinas, ateliers ou que fazem algo diferente, devem se inscrever na Plataforma Tiradentes Transparente, um banco de dados já disponibilizado para interessados e pesquisadores. É local ideal para dar visibilidade aos fazeres tradicionais, como o dos ferreiros de Tiradentes-MG.

Então, este é o link:

https://saojoaodelreitransparente.com.br/presentations/index/type:trd 

  

 

Oficina

 

Endereço

 

Contato

 

 

Oficina do Mestre Zinho

Luiz França

Luciano da Silveira Lombello

 

Rua Antônio Gabriel Rosa, nº 68, bairro Mococa, Tiradentes

 

32 3355-1690

32 98408-5890

32 98465-1652

 

 

Nonato Ferreiro

Raimundo Nonato Silva França

 

 

Rua Alvarenga Peixoto, 1058, bairro Capote, Tiradentes

 

32 99925-5561

 

Dudu

Luiz Heitor Silva França

 

Rua Ouro Branco, nº 40, bairro Mococa,

Tiradentes

 

 

32 99957-2922

 

Oficina Ferraria da Matriz

Tiago José Rosa

 

Rua Santíssima Trindade, 181 A, centro,

Tiradentes

 

 

32 99973-8990

 

Oficina do Ferreiro Soró

Vicente Trindade da Silva

 

Rua Frei Veloso, 796, bairro Pacu, Tiradentes

 

 

32 99988-0991

 

José Carlos Ferragens Coloniais

José Carlos Silva

 

 

Rua Santíssima Trindade, 254, centro

Tiradentes

 

32 99989-0562

   

Luiz Antonio da Cruz


Agradecimentos: Mestre Zinho, Luciano da Silveira Lombello, Dudu Ferreiro, Nonato Ferreiro, Tiago José Rosa, Soró, Zé Ruela, Rondinelly Santos, Rogério Geraldo de Paiva, Maria José Boaventura, Josué Trindade.

 

Referências:

CRUZ, Luiz Antonio da. A antiga cadeia da cidade de Tiradentes. In:  Museu de Sant’Ana / coordenação de Angela Gutierrez. Belo Horizonte: Conceito Comunicação, 2015, p. 26-33.

CRUZ, Luiz Antonio da. Recortes de Memórias. Tiradentes: IHGT, 2015. 

CRUZ, Luiz Antonio da. BOAVENTURA, Maria José. Manual de Técnicas de Preservação e Manutenção de Patrimônio. Tiradentes: IHGT, 2016.  

CRUZ, Luiz Antonio da. BOAVENTURA, Maria José. Glossário do Patrimônio de Tiradentes. Tiradentes: IHGT, 2016. 

MARTINS, Judith. Dicionário de Artistas e Artífices dos Séculos XVIII e XIX em MinasGerais. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1974, 2 v.  

MENESES, José Newton Coelho. Artes Fabris & Ofícios Banais. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013. 

OLIVEIRA, Eduardo Pires. Minho e Minas Gerais no século XVIII. Braga: Edição do autor, 2016. 

RIDGWAY, Ryan. The Home Blacksmith. Qual foi o papel do ferreiro na sociedade medieval? História Medieval, 2021. Disponível em: https://www.historiamedieval.com/post/qual-foi-o-papel-do-ferreiro-na-sociedade-medieval

Comentários

  1. Não conhecia o seu blog, Luiz. É uma forma excelente de divulgar sua pesquisa além de apresentar textos sobre tantos existires e fazeres de Tiradentes!
    Foi muito bom saber de tantos ferreiros ainda em atividade!

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    1. Myriam Salomão, seja bem-vinda e muito obrigado por seu registro. Os ferreiros com suas histórias de vida e a manutenção deste ofício tão antigo enriquecem o nosso Patrimônio Humano. Eles são os responsáveis por manter a produção da ferragem em estilo colonial. São agentes culturais e precisam de reconhecimento e visibilidade. Abraço para você.

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  2. Adorei conhecer mais sobre essa arte tao bonita e imprescindível. Meu parabéns de sempre. Abraço, Anderson P Faleiro

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    1. Anderson, gratidão por sua presença e registro aqui no blog. Estes artesãos são fabulosos, dominam bem os materiais e as formas. Graças a eles, podemos apreciar o fazer que enriquece a nossa arte e a nossa cultura. Quando puder, venha visitar um dos nossos ferreiros. Abraço

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