CIDA CHAVES – A DAMA DE DOIS ANDARES E SÓTÃO
No dia 11 de julho de 2022, o casal Cida e Rubens Chaves,
moradores de Coronel Xavier Chaves-MG, comemoraram 67 anos de casados. Uma vida
de décadas de matrimônio e uma união que resultou em seis filhos, sete netos e
6 bisnetos. O casamento celebrado em Aparecida-SP, tem recebido as bençãos da
Padroeira do Brasil. Mas como todo casal de vida longeva tem seus grandes
momentos de alegria e até mesmo os dolorosos. Porém, Cida e Rubinho vão
vencendo e construindo uma vida sólida, de fé e de muitos fazeres.
Cida e Rubens Chaves, no dia em que completaram 67 anos de casados. Foto: Luiz Cruz
A fabulosa cozinha de Cida Chaves. Foto: Luiz Cruz
Rubinho é natural de São João del-Rei e foi funcionário do Banco do Brasil. Homem de cultura sólida e que prima por ser bom anfitrião poliglota. Cida Chaves é paulistana, de Bauru. Logo que se casaram, ela como historiadora e das Belas Artes, mergulhou profundamente na cultura regional. Tornou-se exímia conhecedora das fazendas da Comarca do Rio das Mortes e de cada uma tirou aprendizado. Aprendeu a cozinhar e a descobrir os segredos da boa comida mineira, mas não foi através de cultura livreira, sua aprendizagem se deu ao frenquentar as velhas cozinhas das fazendas setecentista, todas impregnadas de histórias e memórias. E com tempo, passou a criar suas próprias receitas e acrescentar suas experiências sensoriais.
A história de Cida Chaves é para nos encher de alegria e de
orgulho. Como pesquisadora, frequentou diversos arquivos públicos para
encontrar documentos repletos de informações adormecidas, trazê-las à luz e ao
conhecimento do público. Acabou envolvida profundamente com as tramas da
Conjuração Mineira e veio a ser uma das maiores estudiosas do tema. Além da
busca documental, as fontes primárias, partiu para percorrer os caminhos e os
descaminhos do ouro, todos muito conhecidos pelo Alferes Joaquim José da Silva
Xavier – o famoso “Corta-vento”, alcunha que recebeu durante os anos em que
conspirou e idealizou uma República para o Brasil espoliado pelo minúsculo, mas
o poderoso Portugal.
Cida Chaves publicou doze livros, um deles é o “Mulheres de
Dois Andares” – que trata das mulheres empoderadas e outro “A Mesa” – a apresentar
suas receitas deliciosas. Cida é uma cidadã empoderada, sabe o que quer e como
conseguir o que quer, por isso ela é uma mulher de dois andares e sótão, que se
distingue de longe.
Publicação "A Mesa" - de Cida Chaves, livro com excelente projeto gráfico e deliciosas receitas
Como pesquisadora, tem diversos trabalhos em andamento, porém, tudo agora caminha num ritmo menos acelerado, por causa da idade mais adiantada e também em consequência das sequelas da Covid-19. Logo, teremos mais publicação inédita da historiadora que vive num dos mais belos casarões de Minas Gerais.
Cida Chaves com seus pequeninos. Foto Luiz Cruz.
Não há como deixar passar em brancas nuvens, Rubinho é
descendente da irmã mais nova do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, a Antônia
Rita de Jesus Xavier (1754-?). Rubinho e
Cida são proprietários do Engenho Boa Vista, que pertencera a Domingos da Silva
Xavier (1738-?), o irmão mais velho do Alferes Tiradentes. Nesse engenho
setecentista, ainda se produz boa aguardente, a Cachaça Século VIII. Todo
processo de fabricação da bebida se mantém preservado. O Engenho Boa Vista e o modo
da produção da cachaça se complementam e conformam um preciso patrimônio
material e imaterial de Coronel Xavier Chaves e do Brasil.
Engenho Bela Vista, o mais antigo do Brasil em funcionamento, produz a Cachaça Século XVIII. Fotos: Luiz Cruz
Alegria, participar da celebração dos 67 anos de casados de
um dos descentes do Alferes Tiradentes é um belo presente. Como disse ao casal
6 + 7= 13. Esse é o número da sorte! Então, vida longa ao casal de amigos.
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