Para nosso amigo Ricardo Ribeiro
de Oliveira
Fotografias de Nickolas Muray
Frida nasceu e viveu na Casa Azul – que atualmente abriga o Museu Frida Kahlo, em Coyoacán, nos arredores da Cidade do México. Seu nome era Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, nascida em 1907 e falecida a 13 de julho de 1954 – ou seja, hoje se completa mais um ano de sua morte.
Ela contraiu poliomielite ainda
pequena. Descobriu-se artista cedo e sempre desenhou. Ao dominar o desenho, partiu
para a pintura e logo foi construir sua linguagem pictórica. Personagem
distinta e forte, que se lançou no universo das artes e destacou pela
criatividade, não somente com sua produção, mas também pelo estilo de vida – as
vezes nada convencional. Sofreu um acidente grave e conseguiu superar os
momentos tenebrosos. Bem jovem se casou com o muralista Diego Rivera, que amou
e com quem vivenciou momentos de fortes perturbações. Teve três abortos e
tentou o suicídio algumas vezes. Simpatizante das causas comunistas, manteve um
caso amoroso com revolucionário Leon Trotski. Nas festas, não escondia seus
desejos sexuais.
Como passou longos períodos na
recuperação de sua saúde, mesmo acamada, desenhou e pintou. Porém, sua produção
só veio ser valorizada a partir da década de 1970.
Nos nossos aniversários, ganhamos livros sobre Frida, sua história e sua produção. Quando foi exibido o filme “Frida”,
dirigido por Julie Taymor e vencedor de vários prêmios, aqui em Tiradentes, no
Centro Cultural Yves Alves, sua história comoveu profundamente a plateia.
Florada de inverno, do nosso jardim
No nosso jardim tem o Largo Frida
Kahlo, em homenagem a essa personagem incomum, que quando pôde, cuidou
pessoalmente de suas plantas. A Casa Azul e o seu jardim sempre espelharam o
gosto e as fases vivenciadas pela artista. É claro que no meu não tem as mesmas
espécies, mas possui outras, inclusive um cacto que já deu belas flores. Mesmo
sendo um jardim pequeno, abriga uma diversidade e inclusive as fortes,
utilizadas nas cerimônias católicas e as de origens afro-brasileiras: espada de
São Jorge, guiné, arruda, alecrim, manjericão, chá cravo, erva cidreira, comigo-ninguém-pode,
funcho e capuchinha. Não faltam as folhas verdes para os temperos: coentro,
cebolinha, salsinha, sálvia, tomilho e orégano que ajudam a dar sabor nas
saladas e nas carnes. Além dessas
plantas, tantas outras convivem juntas, como as bromélias, orquídeas, dracenas,
margaridas, os pés de couve, os espinafres, as mostardas... Elas atraem insetos
e pássaros – especialmente as abelhas, borboletas e os beija-flores.
Largo Frida Kahlo, em julho de 2022
Mineiro que se preza aprecia as
plantas fortes. Raro é o estabelecimento comercial que não tem sua espada de
São Jorge ou sua comigo-ninguém-pode para espantar o “olho-gordo” ou o “mau-olhado”.
Essas plantas convivem silenciosamente conosco, mas ao indagá-las, podem nos
revelar suas origens, principalmente a tradição afro-brasileira.
Arruda e cacto do nosso jardim
Frida com sua vida e suas obras, sua casa e seu jardim nos encantam até hoje. Aqui, no nosso largo a florada de inverno está exuberante e faz jus à homenageada. Só cuidamos das plantas, mas os donos do jardim são o Nick (o cachorro) e o Julião (o gato), além dos insetos e dos passarinhos visitantes.
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