TIRADENTES – A CIDADE ENLUTADA
Ontem, 23 de agosto de 2022,
faleceu a PROFESSORA DONA LEONOR GOMES. Uma imensurável perda para o nosso
Patrimônio Humano. Ela partiu e deixou um expressivo legado de vivências.
Afinal, quem foi essa cidadã? – Foi a primeira personagem que esse blog
homenageou com um ensaio, aliás um dos mais visitados e lidos, desde sua
publicação. Dona Leonor foi professora de Língua Portuguesa e Supervisora,
dedicou boa parte de sua vida à EDUCAÇÃO. Tive a honra de ser seu aluno, no
antigo Ginásio Dom Delfim Ribeiro Guedes. Suas aulas ficaram na memória
daqueles que souberam aproveitar. Ao entrar na sala, todos faziam silêncio, ela
sempre dizia que para aprender tornava-se necessário ambiente adequado e precisava
ouvir os alunos. Todos liam textos e ela acompanhava tudo. Ensinava, orientava,
conduzia bem as aulas. – Onde foram parar as vírgulas? Indagava ao aluno
leitor. Agora, repita, mas com a pontuação. Ensinava a cuidar dos livros, jamais
risque um livro à caneta, pois um livro transcende o seu tempo, também a cuidar
dos cadernos: – jamais deixe ficar cheio de orelhas, não deixe sujar, procure
evitar as rasuras, organize o material para e estudo. Exigia a leitura de livros,
a elaboração de trabalhos e a apresentação. Esse cronista que lhe dirige
ilustrou muitos cartazes para as apresentações dos livros indicados pela
PROFESSORA DONA LEONOR.
Dona Leonor no Bloco Palhaçada, 2018.
Figura ímpar na história de
Tiradentes, tinha orgulho da terrinha querida e por todos os cantos por onde
passou – e ela viajou muito, compartilhou suas histórias em Tiradentes. Acompanhou
praticamente todos os eventos culturais e era uma presença de alegria. Figura
presente nas atividades em defesa da Serra de São José, nas nossas missas
ecológicas celebradas pelos padres Luiz Sver e José Nacif, inclusive da
Procissão Ecológica, que realizamos em 1987.
Jamais deixou de ser a
PROFESSORA, gostava de acompanhar o crescimento da meninada e sabia o nome de
todos. Generosa, desde a criação da APAE local, apoiou as iniciativas para a
melhoria da vida dos seus atendidos e dessa instituição foi grande benemérita.
Largo das Mercês e casa da Dona Leonor, véspera de Carnaval.
Elegante, cuidava da sua saúde
física e fazia suas caminhadas. Era um prazer ver aquela figura passar,
seguindo os seus passos com firmeza. Por isso, a idade nunca lhe foi peso,
viveu tudo intensamente. Gostava do Carnaval e não perdeu um em sua octogenária
trajetória. Desfilou nas escolas de samba de São João del-Rei e nas de
Tiradentes. Criou o Bloco Palhaçada e arrastou milhares de foliões pelas ruas
da cidade. A única tiradentina que teve energia para sair nos blocos locais. Ao
terminar um desfile, saia, ia para casa trocava de fantasia e retornava para
acompanhar o bloco seguinte. E aproveitou mesmo!
Para Dona Leonor nato ou não, gostava
de conviver com as pessoas que aqui vivem, sem distinção. Ela adorava conhecer
pessoas, de todas as idades.
Dona Leonor no dia do lançamento do seu livro, publicado pela Oficina de Teatro Entre & Vista.
Escreveu seu livro e o lançamento
foi um sucesso. Teve boa música, a presença de sua rede familiares e de muitos
amigos. Mais uma vez, tive a honra e receber o primeiro livro autografado daquela
tarde. Quem esteve presente nesse lançamento pode aproveitar um pouco da personagem
DONA LEONOR, suas relações afetivas para com os seus conterrâneos e seus amigos.
Foi uma tarde memorável. Ela estava reluzente, elegante e transmitia a todos a
sua alegria de viver.
Agora DONA LEONOR é só saudade,
mas que possamos tirar proveito de seus exemplos, de sua alegria e de sua
generosidade, Planeta Terra agradecerá.
Devota de Nossa Senhora das
Mercês, seu corpo será velado hoje, 24 de agosto, até às 15h, haverá a Santa
Missa de Corpo Presente e logo o sepultamento no Cemitério de Nossa Senhora das
Mercês.
Linda homenagem!❤
ResponderExcluirMuito obrigado. Dona Leonor foi uma grande personagem da história de Tiradentes. Excelente professora de Língua Portuguesa. Para ela nossos aplausos, sempre!!!
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